PENSÕES/TC.
Governo quis evitar prejudicar economia com impostos
Para
isso, diz o líder parlamentar do PSD, “só há um caminho”, que passa por
“reformar o Estado, para ele gastar menos”.
O líder parlamentar
do PSD, Luís Montenegro, garantiu hoje que as alternativas apresentadas pelo
Governo ao chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes nas pensões pretendem “encerrar
um ciclo” de aumento da carga fiscal que prejudica a economia.
“Quando somos
forçados a ter uma carga fiscal tão elevada como temos, prejudicamos o
funcionamento da economia e a capacidade de criar postos trabalho. Isso é um
ciclo que queremos encerrar em Portugal e pressupõe termos a coragem de
reformarmos o Estado, gastar menos, e garantir que, no futuro, não vamos
precisar de novos programas, de novos esforços e novos sacrifícios tão elevados
como os que fizemos nos últimos anos”, observou o social-democrata, em
declarações aos jornalistas na sede do partido no Porto.
Assegurando que o
Governo não tem os pensionistas “como alvo”, Luís Montenegro reagia assim ao
anúncio de que o Governo vai alargar a base de incidência Contribuição
Extraordinária de Solidariedade (CES) e aumentar as contribuições dos
beneficiários da ADSE, até aprovar uma "alteração duradoura" às
pensões da Caixa Geral de Aposentações em pagamento.
“É um equívoco. Não
temos nenhum problema [com os pensionistas]. Temos é uma obrigação: garantir a
sustentabilidade dos sistemas de pensões e a forma como Estado funciona, para
não cobrar tantos impostos nem às pessoas nem às empresas”.
Para isso, diz o
líder parlamentar do PSD, “só há um caminho”, que passa por “reformar o Estado,
para ele gastar menos”.
“Isso afeta os prestadores de serviço
público e afeta medidas que visam tornar sustentável um sistema de pensões que
hoje não é sustentável ou caminha para a insustentabilidade”, frisou.
O social-democrata
alertou que “o país sabe que a situação de sustentabilidade da Segurança Social
e da Caixa Geral de Aposentações está em causa e, por isso, estão em perigo os
pagamentos de todos quantos esperam receber as suas pensões no futuro.
Na
declaração, o líder parlamentar do PSD deixou críticas ao PS, defendendo que,
em vez de atitudes «negativistas», os partidos da oposição, “sobretudo os que
no futuro querem ter responsabilidades de Governo”, devem mostrar “o que querem
para o país”
“As
coisas não podem ficar como estão. No parlamento temos apresentado as nossas
opções com vista a garantir essa sustentabilidade e lamento muito que muitos
partidos, nomeadamente os que querem ter responsabilidades governativas, como o
PS, se preocupem mais em apresentar queixas no TC ao invés de apresentarem as
suas alternativas para dizerem aos portugueses quais as medidas que defendem
para garantir a sustentabilidade”, lamentou.
Montenegro
sustentou que os partidos do Governo não têm “nenhum estigma" com
funcionários públicos ou pensionistas, explicando que “o país precisa, quer do
lado do Estado e do seu funcionamento, quer do lado dos sistemas de pensões, de
ter a coragem de reformar o modo como os sistemas funcionam por forma a
garantir a sua sustentabilidade futura”.
“Podemos
estar em desacordo quanto à forma como devemos promover a mudança mas não
devemos estar em desacordo quanto ao objetivo de a promover. Por isso é tão
importante que todos apresentem as suas alternativas”, disse.
Desconhecendo
os valores em causa no alargamento da base de incidência da CES e no aumento as
contribuições dos beneficiários da ADSE anunciados na quinta-feira após uma reunião
do Conselho de Ministros, Luís Montenegro assegurou serem “medidas
transitórias”.
“Para
as pensões hoje em pagamento, terá de ser encontrada resposta que, como o TC
preconizou, deve ser mais abrangente e integrar não só Caixa Geral Aposentações
mas todos os sistemas. O Governo terá de ter tempo para apresentar uma reforma
com essa abrangência”, esclareceu.
*Este artigo foi
escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
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