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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O Euro sobreviverá em 2014? O certo é: não sabemos


Publicado em Janeiro 14, 2014  Deixe o seu comentário
O doente europeu

A União Europeia (UE) e a Eurozona vivem um momento de otimismo. Os países devedores da periferia foram politicamente domesticados, pagam as dívidas e contentam-se com o que lhes dão, o que é considerado o êxito definitivo do Euro. A ser assim, haverá Euro daqui a um ano.

O otimismo terá razão de ser? O leitor queira ter em conta que está a ser permanente intoxicado pela máquina de propaganda berlinense. Se ler a imprensa dos Estados Unidos ou do Reino Unido terá outra impressão. No mês passado, e para só dar dois exemplos, mencione-se que Joseph Stieglitz, um Prémio Nobel da Economia, e Barry Eichengreen, um economista respeitado, previram problemas para o Euro. Estas opiniões são miniaturizadas pelos mass media europeus.

Para responder, esqueçamos os defeitos estruturais da Eurozona que a impedem de ser uma zona monetária ótima. Examinemos a conjuntura.

>                     A economia da UE estagnou e parece caminhar para uma deflação à japonesa, dada a incapacidade de os seus governantes definirem e aplicarem uma política económica expansionista. O otimismo é financeiro e não económico. Os investidores americanos e asiáticos compram ativos financeiros europeus porque confiam na garantia do Banco Central Europeu. O otimismo pode cessar tão depressa como começou.

>                     A economia da França está a entrar em parafuso: o saldo primário (equilíbrio orçamental) é cada dia mais negativo e o desemprego sobe. A Eurozona sobreviverá com extrema dificuldade a uma crise financeira da França. Ora o governo francês revela-se incapaz de remedia a situação.


>                     As eleições para o Parlamento europeu darão a vitória aos adversários da moeda única. Se a vitória for muito expressiva (se a Srº Le Pen conquistar uns 40% dos votos em França, se a maioria italiana sair claramente derrotada, se os eurocéticos alemães e holandeses avançarem de modo significativo), a confiança no Euro cairá e o Euro talvez desapareça. Por estas três razões, não é certo que o euro sobreviva a 2014. Se o leitor quiser jogar pelo seguro, aposte que o Euro acaba em 2014 e que não acaba em 2014.

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