Ontem o diretor do Mecanismo Europeu
de Estabilidade, Sr. Klaus
Regling, disse ao Parlamento Europeu, na audição sobre as troikas, que os países sob programa estarão «em muito boa posição» dentro de cinco a oito anos,
se completarem as reformas. A afirmação é pura propaganda, pois
não foi acompanhada de números, não foi esclarecido o que será esse Nirvana e
ninguém sabe onde parará o Sr. Regling
daqui a oito anos, pelo que a promessa é incobrável.
Mas revela um renascer
do interesse alemão
por Portugal. Já segunda-feira passada tínhamos tido um comportamento suscetível de
ser examinado à luz deste interesse; nesse dia, rodeando-se embora de uma
retórica prudencial, o Dr. Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, declarou
sem margem para dúvidas, que o mais «seguro» para Portugal, findo o programa da
troika, seria um programa cautelar.
Qual a urgência da
declaração de Barroso?
Berlim
vela por nós: convinha-lhe influenciar os mercados para baixarem o juro da dívida
portuguesa e do mesmo passo anunciar que o Dr. Passos Coelho não terão pulso livre
para continuar a contrair empréstimos a um juro insustentável. Porque a
Alemanha sabe que uma crise portuguesa originará nova crise do Euro e aprendeu a
evitar crises dessas. É hoje claro que o programa cautelar será um acordo
para restringir o crédito e o crescimento económico em Portugal, mantendo-nos
de joelhos a pagarmos a dívida, sob o pretexto da segurança. Veremos se os
fatos corroboram esta interpretação.
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