LUSA
08/01/2014 - 18:00
Presidente
da Comissão Europeia está em Atenas para o lançamento da presidência semestral
da EU, que no primeiro semestre de 2014 caberá à Grécia.
Durão
Barroso
Crise do euro
O presidente da Comissão Europeia considerou nesta
quarta-feira que 2014 "vai ser mesmo melhor que os anos anteriores",
afirmando que a crise do euro foi ultrapassada e que as previsões pessimistas
sobre o projecto europeu estavam errados.
"Como disse exactamente há um ano, 2013 foi um ano
em que a economia começou a melhorar a sua tendência e em que houve uma mudança
nas percepções em relação à Europa. Ainda há pouco tempo havia especulação
sobre a saída da Grécia do euro, sobre a implosão do euro e da própria União
Europeia, mas o facto de estarmos aqui hoje a celebrar a presidência grega é a
prova mais clara que essas previsões estavam erradas", afirmou José Manuel
Durão Barroso.
O
chefe do executivo comunitário falava em Atenas durante uma conferência de
imprensa conjunta com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, à margem do
lançamento da presidência rotativa semestral da União Europeia, que no primeiro
semestre de 2014 caberá à Grécia.
Barroso
afirmou que a crise do euro está ultrapassada, que a União Europeia está
"a emergir da recessão" e apontou o exemplo de países como a Irlanda,
Portugal ou a Grécia para sustentar a sua tese e fazer a defesa dos programas
de assistência arquitectados pelas instituições europeias e o Fundo Monetário
Internacional.
"A
Irlanda conseguiu há dias financiar-se nos mercados com juros mais baixos de
alguns países que não precisaram de assistência financeira, essa é uma
demonstração muito clara de que os programas resultam se forem aplicados com
determinação e na trajectória correta", sublinhou.
José
Manuel Durão Barroso referiu ainda que "o programa especial para os
bancos" da Espanha terminará "com sucesso este mês", que
Portugal regista crescimento económico "desde o segundo trimestre" de
2013 e tem o desemprego a cair "pelo nono mês consecutivo" e que a
Grécia "está prestes a sair da recessão e a atingir um excedente
orçamental".
Ao
longo da sua intervenção em Atenas, o presidente da Comissão Europeia defendeu
várias vezes a vitalidade do projecto europeu e referiu-se à união bancária,
uma das reformas mais importantes, para voltar a sublinhar que "o
mecanismo de resolução bancária deve ser adoptado legalmente antes das eleições
europeias".
O
presidente da Comissão pediu esforços a Atenas no cumprimento do programa de
assistência financeira mas insurgiu-se contra os que criticam a Grécia
"com base no preconceito", afirmando que o executivo comunitário
sempre a apoiou.
Na
conferência de imprensa, Durão Barroso sublinhou que é preciso "não
desperdiçar os esforços feitos até agora".
No
mesmo sentido, o chefe do executivo comunitário referiu que "ainda há
nuvens no horizonte" e que a situação grega "ainda é pedindo o
empenho de Atenas ao nível da fiscalidade ou nas privatizações.
"A
Comissão Europeia continua a apoiar a Grécia nos esforços para um futuro melhor,
enquanto outros tiveram dúvidas sobre a Grécia, a Comissão esteve sempre ao seu
lado, mantemo-nos leais a essa posição", afirmou.
Neste
contexto, José Manuel Durão Barroso exortou "a Grécia moderna" a,
durante a presidência rotativa da União Europeia, "mostrar as lições que
aprendeu com a crise" e, tal como a Grécia Antiga, "dar um grande
contributo para a Europa".
Já
nas respostas aos jornalistas, o chefe do executivo comunitário voltou a
sublinhar "as importantes contribuições que a Grécia deu no passado e em
anteriores presidências" à Europa para contestar os que criticam aquele
país no momento em que assume a liderança rotativa dos 28 Estados-membros pelos
problemas na execução do programa de assistência financeira.
"Os
que acreditam que a Grécia não pode ter uma presidência com sucesso, fazem-no
com base no preconceito", considerou.
Depois,
Barroso advogou que a Grécia teve dificuldades adicionais e específicas no
início do seu resgate financeiro, em 2010, "que não aconteceram noutros
países".
"É
verdade que o programa na Grécia tem passado por mais dificuldades do que
noutros países, mas isso acontece por várias razões, a situação na Europa tornou-se
no início do programa mais difícil, houve um factor de contexto, houve crises
políticas na Grécia, não podemos esquecer isso, houve eleições antecipadas e
debates sobre possíveis referendos e questões politicas que complicaram a
situação, quando [a Grécia] devia estar totalmente concentrada na
estabilidade", afirmou.
O
presidente da Comissão Europeia referiu ainda que houve "muitas vozes de
fora que falaram na saída da Grécia [do euro], tornando mais difícil a
tarefa", com "um efeito nos mercados que tornou ainda maior o
problema" de "dívida excessiva e de competitividade".
Grécia
tem tantas condições como qualquer país, a ideia de que uns países são melhores
que outros é precisamente uma ideia antieuropeia, há países que são ricos e pobres,
mas já foi diferente no passado, há países que são maiores e outros que são
mais pequenos, mas todos têm a mesma dignidade", defendeu.
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