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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Barroso diz que crise do euro está ultrapassada e que pessimistas estavam errados


LUSA 08/01/2014  -  18:00
Presidente da Comissão Europeia está em Atenas para o lançamento da presidência semestral da EU, que no primeiro semestre de 2014 caberá à Grécia.
Durão Barroso
Crise do euro

O presidente da Comissão Europeia considerou nesta quarta-feira que 2014 "vai ser mesmo melhor que os anos anteriores", afirmando que a crise do euro foi ultrapassada e que as previsões pessimistas sobre o projecto europeu estavam errados.

"Como disse exactamente há um ano, 2013 foi um ano em que a economia começou a melhorar a sua tendência e em que houve uma mudança nas percepções em relação à Europa. Ainda há pouco tempo havia especulação sobre a saída da Grécia do euro, sobre a implosão do euro e da própria União Europeia, mas o facto de estarmos aqui hoje a celebrar a presidência grega é a prova mais clara que essas previsões estavam erradas", afirmou José Manuel Durão Barroso.

O chefe do executivo comunitário falava em Atenas durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, à margem do lançamento da presidência rotativa semestral da União Europeia, que no primeiro semestre de 2014 caberá à Grécia.

Barroso afirmou que a crise do euro está ultrapassada, que a União Europeia está "a emergir da recessão" e apontou o exemplo de países como a Irlanda, Portugal ou a Grécia para sustentar a sua tese e fazer a defesa dos programas de assistência arquitectados pelas instituições europeias e o Fundo Monetário Internacional.

"A Irlanda conseguiu há dias financiar-se nos mercados com juros mais baixos de alguns países que não precisaram de assistência financeira, essa é uma demonstração muito clara de que os programas resultam se forem aplicados com determinação e na trajectória correta", sublinhou.

José Manuel Durão Barroso referiu ainda que "o programa especial para os bancos" da Espanha terminará "com sucesso este mês", que Portugal regista crescimento económico "desde o segundo trimestre" de 2013 e tem o desemprego a cair "pelo nono mês consecutivo" e que a Grécia "está prestes a sair da recessão e a atingir um excedente orçamental".

Ao longo da sua intervenção em Atenas, o presidente da Comissão Europeia defendeu várias vezes a vitalidade do projecto europeu e referiu-se à união bancária, uma das reformas mais importantes, para voltar a sublinhar que "o mecanismo de resolução bancária deve ser adoptado legalmente antes das eleições europeias".

O presidente da Comissão pediu esforços a Atenas no cumprimento do programa de assistência financeira mas insurgiu-se contra os que criticam a Grécia "com base no preconceito", afirmando que o executivo comunitário sempre a apoiou.

Na conferência de imprensa, Durão Barroso sublinhou que é preciso "não desperdiçar os esforços feitos até agora".

No mesmo sentido, o chefe do executivo comunitário referiu que "ainda há nuvens no horizonte" e que a situação grega "ainda é pedindo o empenho de Atenas ao nível da fiscalidade ou nas privatizações.

"A Comissão Europeia continua a apoiar a Grécia nos esforços para um futuro melhor, enquanto outros tiveram dúvidas sobre a Grécia, a Comissão esteve sempre ao seu lado, mantemo-nos leais a essa posição", afirmou.

Neste contexto, José Manuel Durão Barroso exortou "a Grécia moderna" a, durante a presidência rotativa da União Europeia, "mostrar as lições que aprendeu com a crise" e, tal como a Grécia Antiga, "dar um grande contributo para a Europa".

Já nas respostas aos jornalistas, o chefe do executivo comunitário voltou a sublinhar "as importantes contribuições que a Grécia deu no passado e em anteriores presidências" à Europa para contestar os que criticam aquele país no momento em que assume a liderança rotativa dos 28 Estados-membros pelos problemas na execução do programa de assistência financeira.

"Os que acreditam que a Grécia não pode ter uma presidência com sucesso, fazem-no com base no preconceito", considerou.

Depois, Barroso advogou que a Grécia teve dificuldades adicionais e específicas no início do seu resgate financeiro, em 2010, "que não aconteceram noutros países".

"É verdade que o programa na Grécia tem passado por mais dificuldades do que noutros países, mas isso acontece por várias razões, a situação na Europa tornou-se no início do programa mais difícil, houve um factor de contexto, houve crises políticas na Grécia, não podemos esquecer isso, houve eleições antecipadas e debates sobre possíveis referendos e questões politicas que complicaram a situação, quando [a Grécia] devia estar totalmente concentrada na estabilidade", afirmou.

O presidente da Comissão Europeia referiu ainda que houve "muitas vozes de fora que falaram na saída da Grécia [do euro], tornando mais difícil a tarefa", com "um efeito nos mercados que tornou ainda maior o problema" de "dívida excessiva e de competitividade".

Grécia tem tantas condições como qualquer país, a ideia de que uns países são melhores que outros é precisamente uma ideia antieuropeia, há países que são ricos e pobres, mas já foi diferente no passado, há países que são maiores e outros que são mais pequenos, mas todos têm a mesma dignidade", defendeu.


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