Na próxima semana deverá realizar-se novo plenário de trabalhadores na empresa,
encontro que servirá para "concertar" as "várias
possibilidades" de contestação em cima da mesa
A comissão de trabalhadores dos estaleiros de Viana admitiu
"repúdio" e "revolta" face à assinatura, hoje, do contrato
de subconcessão ao grupo Martifer, garantindo que a partir de agora encetará
"outros caminhos" para parar o processo.
"Hoje é um sentimento, como tem sido nos outros dias, de
revolta, de repúdio, por esta decisão", afirmou hoje, de manhã, o
porta-voz da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do
Castelo (ENVC), pouco antes da assinatura, em Oeiras, Lisboa, do contrato de
subconcessão dos terrenos e infraestruturas da empresa.
Ainda assim, António Costa ressalva que esta assinatura -
cerimónia para a qual a comissão de trabalhadores foi convidada, mas não
aceitou estar presente - "é apenas mais um ato administrativo" para
"confirmar" a decisão que o Governo tomou.
"Mas é uma decisão que nos permite, a partir de agora,
encetar outros caminhos para parar este processo da subconcessão, este crime
social que querem fazer", enfatizou.
Na próxima semana deverá realizar-se novo plenário de trabalhadores na empresa, encontro que servirá
para "concertar" as "várias possibilidades" de contestação
em cima da mesa.
"Hoje não é um dia triste. Ao longo dos últimos dois anos,
desde que nos retiraram o trabalho, todos os dias são tristes, porque a pior
coisa que pode acontecer a um trabalhador, e acho que ao senhor ministro da
Defesa também, é retirarem-lhe o trabalho", insistiu o porta-voz da
comissão de trabalhadores.
"Eu
gostava que o senhor primeiro-ministro colocasse o senhor ministro da Defesa
numa sala, durante dois anos, para ver se ele se sentiria bem,
psicologicamente, sem trabalho", rematou António Costa.
Pela
subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos estaleiros até 2031 a nova
empresa West Sea, criada pelo grupo Martifer, pagará ao Estado uma renda anual
de 415 mil euros, prevendo recrutar 400 trabalhadores.
Entre 20 de
dezembro e 09 de janeiro já aderiram ao plano amigável para rescisão dos
contratos 120 dos 609 trabalhadores dos ENVC. Por estes acordos, já assinados,
os estaleiros pagaram oito milhões de euros, indicou à Lusa fonte da
administração.
Empresa pública
desde setembro de 1975, os ENVC já construíram em quase 70 anos de atividade mais de 220 navios, de todo o tipo, sendo
liquidados durante o ano de 2014.
~
*Este artigo
foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário