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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Martifer promete manter salários nos Estaleiros de Viana


Manifestação contra a extinção dos ENVC a 13 de Dezembro, em Viana do Castelo
PAULO
 PÚBLICO 07/01/2014 - 09:24
Presidente do grupo que ganhou a subconcessão dos estaleiros quer começar a contratar “logo após a assinatura do contrato”.

                                    
Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) que, depois da extinção da actual empresa pública, venham a ser contratados pela Martifer  deverão ganhar o mesmo salário que auferiam até agora, promete o grupo a quem foi adjudicada a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas.

Em declarações ao Jornal de Negócios, o presidente da Martifer, Carlos Martins, afirmou: “Não vamos reduzir o nível salarial dos trabalhadores que viermos a contratar”. Serão, no entanto, avaliadas “as outras regalias que têm hoje” nos estaleiros navais, para que sejam “alinhadas pelas práticas da Martifer”, disse.

Coma sub concessão dos estaleiros navais através da West Sea, os trabalhadores contestam, é extinta a actual mpresa pública, sendo despedidos mais 600 trabalhadores através da holding estatal que tutela os ENVC, a Empordef. A Martifer, que tem a subconcessão dos estaleiros até 2031, pagando anualmente 415 mil euros, compromete-se a assegurar 400 postos de trabalho. No entanto, como o PÚBLICO já noticiou, as contratações estão dependentes da carteira de encomendas.

Os trabalhadores dizem que a única garantia que têm neste momento é a do despedimento. Ao Jornal de Negócios, o presidente da Martifer disse ser intenção do grupo recrutar “maioritariamente entre os que hoje trabalham nos estaleiros”. E fazê-lo “logo após a
assinatura do contrato de subconcessão”, que terá lugar na sexta-feira.

Quando foi anunciada a extinção e o despedimento colectivos dos mais de 600 trabalhadores, o ministro da Defesa disse apenas ser expectável que a Martifer opte por contratar actuais trabalhadores de Viana, mas não deu garantias de que todos os 400 trabalhadores a recrutar pertençam aos quadros dos actuais estaleiros. Em entrevista à SIC no final de Novembro, José Pedro Aguiar-Branco dizia ser “natural que vá buscar, em prioridade, precisamente a Viana do Castelo e não a Madrid, Londres...”.

Em paralelo com o processo de subconcessão, os trabalhadores dos estaleiros continuam a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis. Nos últimos dias, 64 trabalhadores já assinaram acordos e mais de 150 comunicaram à administração dos ENVC a intenção de aderirem.

Segundo o jornal de Negócios, o salario mensal medio nos ENVC foi, de acordo com o último relatório e contas, de 1022 euros, havendo mais de metade dos trabalhadores a ganhar 866,12 euros. O salário médio dos “profissionais altamente qualificados e chefias” ascendia a 1353 euros, refere o mesmo jornal.

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