Agência Lusa,
publicado em 28 Novembro 2013 – 20h10
“Este
é o documento que entrou proveniente da residência oficial do primeiro-ministro
e assinado pelo seu chefe de gabinete e este é o documento exibido na
comunicação social”, mostrou a ministra, realçando as diferenças que encontrou
A ministra das Finanças disse hoje que o
ex-secretário de Estado Pais Jorge foi “injustamente tratado” e voltou a
considerar que houve manipulação no documento que o implicava na tentativa de
venda de ‘swap’ para disfarçar o défice.
“O senhor ex-secretário de Estado Joaquim Pais
Jorge foi uma pessoa muito injustamente tratada”, disse Maria Luís Albuquerque,
na última audição da comissão de inquérito aos contratos ‘swaps’, que ainda
decorre no Parlamento.
A ministra evitou pronunciar-se sobre a
decisão do Ministério Público de arquivar a queixa que fez em Agosto, segundo a
qual não foram adulterados pela imprensa os documentos que implicavam Pais
Jorge na tentativa de venda de contratos ‘swap’ ao Governo socialista em 2005
para baixar artificialmente o défice e dívida pública.
Ainda assim, Maria Luís Albuquerque voltou a
reforçar a sua opinião de que houve adulteração e mostrou na comissão de
inquérito os dois documentos: o que diz ter entrado no Ministério das Finanças
em 2005 e o que a comunicação social divulgou.
“Este é o documento que entrou proveniente
da residência oficial do primeiro-ministro e assinado pelo seu chefe de
gabinete e este é o documento exibido na comunicação social”, mostrou a
ministra, realçando as diferenças que encontrou.
No documento divulgado pela comunicação
social desaparece a data da primeira página e é acrescentada uma página em que
consta o nome do ex-secretário de Estado entre os responsáveis pela proposta de
‘swap’, explicou.
“Não me vou pronunciar sobre a decisão da
Procuradoria-Geral da República, mas os senhores deputados estão aqui para
fazer juízos políticos. (...) O que eu digo é para os senhores deputados
fazerem um julgamento político, o que motivou alguém a passar aos jornalistas
uma versão que não existia”, instou.
O ex-secretário de Estado do Tesouro Pais
Jorge demitiu-se do cargo em Agosto depois de cerca de um mês no cargo, na
sequência da polémica sobre o seu envolvimento na tentativa de venda pelo
Citigroup de 'swaps' para maquilhar as contas públicas
Inicialmente, Pais Jorge recusou
responsabilidades e disse não se lembrar se esteve na apresentação da proposta.
No entanto, uns dias depois viria a confirmar à SIC, por escrito, ter-se
reunido com o gabinete de José Sócrates, enquanto diretor do Citigroup.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo
acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
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