O Economista Português
Bill e Melinda
Bill e Melinda Gates
afirmam que o mundo nunca
esteve tão rico como hoje, segundo quase
todos os critérios. No que parece uma alusão indireta à exortação Alegria
do Evangelho, do Papa Francisco, interrogam-se sobre a razão por
que muitos se surpreendem com aquela afirmação e respondem com 3 mitos:
·
Os países pobres estão condenados a permanecerem pobres;
·
A ajuda à pobreza é um grande desperdício;
·
Salvar vidas conduz ao excesso de população.
A
condenação à pobreza é contrariada com descrição
da evidência do
enriquecimento das nações outrora pobres. A pobreza em termos nacionais é hoje
residual.
O
argumento sobre a ajuda é o mais fraco pois afirma que ela é eficiente porque houve crescimento económico - mas os autores não demonstram que o crescimento económico
é imputável a essa ajuda. É um argumento interessado: o casal é conhecido por
se dedicar à filantropia.
O argumento anti malthusiano
assenta na lógica sociológica: o enriquecimento de uma
população salva vidas e conduz automaticamente ao controle dos nascimentos.
Ocorre assim em muitos países, por certo na maioria, mas não em todos.
Os autores concluem
que em 2035 quase não haverá nações pobres: subsistirão
como pobres a Coreia do Norte ou países encravados na África Central, entre outros casos também
excecionais. Esta noção
de pobreza é substantiva: um país ou uma pessoa são pobres quando
têm rendimentos inferiores a x dólares; é mais frequente encontrarmos noções de
pobreza relativas: são pobres os que ficam x pontos abaixo da média. Nem por isso a
perspetiva dos Gates deixa de ser estimulante,
para mais por ser pouco frequente entre nós.
O argumento constará da próxima carta anual de Bill e
Melinda Gates; resumimo-lo a partir do Wall Street Journal no endereço abaixo
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