AS
PRIMEIRAS PALAVRAS
Bem
sei que Passos improvisa, que Portas escreve bem, que Seguro arrisca pouco e
que Jerónimo e o Bloco são previsíveis. Mas deixo-lhes aqui a minha ajuda para
quando a troíka se for embora
Há quem adivinhe calamidades, quem antecipe
a alta finança, quem já saiba o onze de Paulo Bento. Eu fico-me pelas coisas
mais simples e apresento desde já o discurso de algumas figuras quando a troika
pegar nas malas:
Passos Coelho: "A saída da troika é uma vitória de
Portugal e dos portugueses, mas não é o fim do caminho. É apenas uma etapa num percurso
de rigor de um país mais forte e competitivo, menos dependente do Estado e
adaptado às suas possibilidades. Assinalo este momento, mas apenas para regressar
ao trabalho”. Paulo Portas: “Os portugueses vão
viver, quase 400 anos depois, um segundo 1640. Deixaremos de ser um protetorado
— para onde o governo socialista nos atirou – para voltarmos a ser um país
independente, em honra às dinastias que fundaram e asseguraram a nação e ao
povo que sempre soube rasgar horizontes e apontar o futuro por terra, mar e
ar”. António José Seguro: "O Governo quer
reclamar vitória num processo que destruiu a economia portuguesa, com uma
austeridade desnecessária e onde os únicos heróis são os portugueses. O PS estará
à altura quando for chamado pelos eleitores a mostrar que pode haver mais crescimento
com menos sacrifícios”. Jerónimo de Sousa: “A política
capitalista tem vários caminhos mas sempre o mesmo fim. Não baixaremos os
braços na defesa dos trabalhadores e na luta contra a entrega do Estado a
interesses financeiros”. Catarina Martins: ‘A austeridade tem
de acabar já. A política de cortes é escandalosa e só com eleições podemos voltar
a ter um ar respirável. Cavaco Silva: “Chegou o momento
dos partidos estarem à altura das circunstâncias.
Portugal precisa de políticas de consenso e
de programas de longo prazo, como eu avisei em Julho de 2013”. Mário Soares: ”0 Presidente devia demitir já este
Governo e demitir-se também. A ilegitimidade deles é escandalosa. José Sócrates: “A nova narrativa do Governo assenta em
várias falácias. A primeira é a de desvalorizar o PEC 4 e de dizer que o
resgate era evitável. A segunda é a de continuar a esquecer o investimento
público. Parem de escavar.”. Comunicado do FMI: “Cumprimos a missão com total sucesso. Mas as
reformas, sobretudo do mercado de trabalho e sectores protegidos, não podem
ficar por aqui”. Estudo de economistas
do FMI;
“Reconhecemos que errámos ao calcular os efeitos da austeridade. A austeridade
expansionista é um tema çomplexo”. BCE: “Faremos tudo para
que Portugal regresse aos mercados, num quadro de condições rigorosas aceites pelo
Governo português”. Que se lixe a Troika: “ A. nossa luta não
acaba, decidimos mudar o nosso nome para Que se lixe o Mario Draghi”.
RICARDO COSTA ESCREVE À 3.ª e 5.ª em www.expressop@sapo.pt
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