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sábado, 4 de janeiro de 2014

AS PRIMEIRAS PALAVRAS

AS PRIMEIRAS PALAVRAS
Bem sei que Passos improvisa, que Portas escreve bem, que Seguro arrisca pouco e que Jerónimo e o Bloco são previsíveis. Mas deixo-lhes aqui a minha ajuda para quando a troíka se for embora

Adivinhar o que aí vem faz parte da quadra.
Há quem adivinhe calamidades, quem antecipe a alta finança, quem já saiba o onze de Paulo Bento. Eu fico-me pelas coisas mais simples e apresento desde já o discurso de algumas figuras quando a troika pegar nas malas:
Passos Coelho: "A saída da troika é uma vitória de Portugal e dos portugueses, mas não é o fim do caminho. É apenas uma etapa num percurso de rigor de um país mais forte e competitivo, menos dependente do Estado e adaptado às suas possibilidades. Assinalo este momento, mas apenas para regressar ao trabalho”. Paulo Portas: “Os portugueses vão viver, quase 400 anos depois, um segundo 1640. Deixaremos de ser um protetorado — para onde o governo socialista nos atirou – para voltarmos a ser um país independente, em honra às dinastias que fundaram e asseguraram a nação e ao povo que sempre soube rasgar horizontes e apontar o futuro por terra, mar e ar”. António José Seguro: "O Governo quer reclamar vitória num processo que destruiu a economia portuguesa, com uma austeridade desnecessária e onde os únicos heróis são os portugueses. O PS estará à altura quando for chamado pelos eleitores a mostrar que pode haver mais crescimento com menos sacrifícios”. Jerónimo de Sousa: “A política capitalista tem vários caminhos mas sempre o mesmo fim. Não baixaremos os braços na defesa dos trabalhadores e na luta contra a entrega do Estado a interesses financeiros”. Catarina Martins: ‘A austeridade tem de acabar já. A política de cortes é escandalosa e só com eleições podemos voltar a ter um ar respirável. Cavaco Silva: “Chegou o momento dos partidos estarem à altura das circunstâncias.
Portugal precisa de políticas de consenso e de programas de longo prazo, como eu avisei em Julho de 2013”. Mário Soares: ”0 Presidente devia demitir já este Governo e demitir-se também. A ilegitimidade deles é escandalosa. José Sócrates: “A nova narrativa do Governo assenta em várias falácias. A primeira é a de desvalorizar o PEC 4 e de dizer que o resgate era evitável. A segunda é a de continuar a esquecer o investimento público. Parem de escavar.”. Comunicado do FMI:  “Cumprimos a missão com total sucesso. Mas as reformas, sobretudo do mercado de trabalho e sectores protegidos, não podem ficar por aqui”. Estudo de economistas do FMI; “Reconhecemos que errámos ao calcular os efeitos da austeridade. A austeridade expansionista é um tema çomplexo”. BCE: “Faremos tudo para que Portugal regresse aos mercados, num quadro de condições rigorosas aceites pelo Governo português”. Que se lixe a Troika: “ A. nossa luta não acaba, decidimos mudar o nosso nome para Que se lixe o Mario Draghi”.

RICARDO COSTA ESCREVE À 3.ª e 5.ª em www.expressop@sapo.pt

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