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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Bruno de Carvalho: “Não apresentei a minha demissão e nunca apresentarei”

CRISE NO SPORTING
13:42 por C.A.C.

O presidente dos "leões" diz que a assembleia geral de 23 de Junho não se vai realizar e manda os opositores recorrerem à justiça. 
Acusou ainda Marta Soares de ser o responsável pela crise.

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, rejeita que exista qualquer ilegalidade nas últimas tomadas de decisão do Conselho Directivo que dirige, deixando um apelo à mesa da assembleia geral: que deixem a justiça decidir o que pode ou não ser feito.

"A mesa da assembleia geral decidiu demitir-se, o conselho fiscal decidiu demitir-se e nós é que estamos contra a democracia? 
Se eles se demitiram, se não acreditam mais no projecto, adeus! 
Foram eles que se demitiram", disse em conferência de imprensa realizada no Estádio de Alvalade. 
"Quem se quis ir embora foram eles e, a partir daí, tivemos que tomar actos de gestão".

"Ontem [terça-feira], sentam-se umas pessoas numa mesa e não falam da Assembleia Geral do orçamento que é obrigatória! 
Eles demitiram-se e nós tomámos decisões. 
Não é com cartas labregas a ofender pessoas que se vai a algum lado", atirou, acrescentando: "se acham que a Comissão Transitória é ilegal, tribunais. 
Mas nunca mais usam o logo do Sporting para conferências e anúncios de assembleias gerais. 
Estão a subverter tudo. 
Vão para a justiça, deixem as coisas acontecer. 
Não se denominem de Mesa nem de Comissão de Fiscalização."

"Porque somos obrigados a demitir-nos? 
Onde é que isso está escrito na lei?", questiono. 
"A assembleia geral de destituição de 23 de Junho não se vai realizar", garantiu ainda. 
O presidente da mesa da assembleia geral, Jaime Marta Soares, assegurou esta terça-feira que a mesma se ia realizar. 
"Não vai haver! 
Se era para ficarmos até 24 de Julho, não podem dar as rescisões como desculpa", acrescentou.

"Chega de querem aparecer", disse o líder dos "leões", acusando os opositores de atentarem contra os reais interesses do clube. 
"Nós não tirámos a voz a ninguém. 
Nós somos os únicos legitimados", defendeu, acrescentando que "chega de andar" a brincar com o Sporting.

"Jaime Marta Soares traiu os sócios", segundo Bruno de Carvalho, pois primeiro tentou marcar uma AG e só depois avançou com a reunião magna de destituição. 
BdC diz à assembleia-geral que entregue os documentos comprovativos do pedido da AG e que, "se tudo cumprir os preceitos, a reunião será marcada". 
"Sem drama nenhum. 
Os sportinguistas mandam", acrescentou.

"Posso ser culpado de quê?"

Para o presidente do Sporting, o clube de Alvalade está a ser vítima de um "assalto". 
"Há jogadores que nunca jogaram e que está a ser noticiado que vão rescindir", disse, acrescentando que "é lógico" que existe um problema. 
"As pessoas vão ser responsabilizadas e cá estaremos, mais uma vez, para resolver os problemas criados", assegurou.

"Posso ser culpado de quê? 
Quem foi para a televisão pedir a minha demissão?", atirou ainda. 
"Estão fartos de nos ameaçar a nós, mas isto vai dar processos cíveis contra eles", anunciou ainda. 
"Não apresentei a minha demissão e nunca apresentarei", sublinhou.

Durante a conferência, BdC acusou directamente Marta Soares de ser o responsável pela crise e pelo facto da operação do empréstimo obrigacionista estar parada. 
Aos jornalistas, questionou as qualidades de Marta Soares para ser presidente da mesa da assembleia geral devido a alegados problemas na liderança da Liga de Bombeiros. 

O presidente dos "leões" falou, ainda, da saída de Jorge Jesus, garantindo que a relação entre ambos não sofreu qualquer abalo. 
"Vou lembrar o que disse a comunicação: vai ser um drama, vai ter de pagar uma grande indemnização, depois porque Jesus ia apresentar rescisão etc. 
Entretanto, saiu, desejo o melhor, já combinei quando vier para Portugal irmos almoçar ao Ritz, ficam já a saber. 
Cada um seguiu o seu rumo, é isso", revelou.

BdC esclareceu que a demissão do administrador Guilherme Pinheiro não abala de maneira alguma o Conselho Directivo, nem pode colocar em causa a continuidade do órgão, porque esta demissão diz apenas respeito à SAD "leonina". 
"Isto não põe em causa rigorosamente nada na SAD, nem no Conselho Directivo", atirou.  

A conferência acabou com uma tirada irónica do presidente dos "leões": "Está definido o perfil do próximo treinador do Sporting: é um homem". 

O momento conturbado dos "leões"

A crise que se vive no Sporting iniciou-se no dia 15 de Maio, quando cerca de 40 adeptos encapuzados, relacionados com a Juventude Leonina, invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica, incluindo Jorge Jesus – o treinador já rescindiu contrato com os "leões" e vai continuar a carreira no Al Hilal, da Arábia Saudita.

No mesmo dia do ataque, a GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.
Terror na Academia de Alcochete: "Vamos matar-vos! Não ganhem no domingo que vocês vão ver"
Foram 30 minutos de ameaças, agressões, lançamentos de tochas, coacção, amedrontamento, um incêndio pelo caminho e a reclusão forçada dos jogadores e equipa técnica do Sporting no balneário da Academia de Alcochete, para onde foram arremessadas quatro tochas, ao mesmo tempo que se gritava: "Vocês são uns filhos da p****, cab***!

Ler o artigo no record.pt 

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados actos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objectivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o team manager do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da MAG, a maioria dos membros do CFD e parte da direcção anunciaram que apresentavam a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.

De seguida, realizaram-se duas reuniões da MAG e membros do CFD com a direcção, que culminaram com a decisão anunciada por Jaime Marta Soares de marcar uma Assembleia Geral para votar a destituição do órgão liderado por Bruno de Carvalho, agendada para 23 de Junho, tendo ainda sido criada uma comissão de fiscalização para o CFD.

Entretanto, o CD do Sporting decidiu por seu lado substituir a MAG e respectivo presidente através da criação de uma comissão transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de Junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, aprovação de duas alterações estatutárias e análise da situação do clube e prestação de esclarecimentos aos sócios e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de Julho. 
Jaime Marta Soares explicou que a demissão não foi em frente porque não apresentou a mesma ao Conselho Fiscal.
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O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, garante que os jogadores não têm motivo para rescindir o contrato que os liga ao cube, depois de Patrício, Podence e William terem dado o passo.

Ler o artigo no sabado.pt >

Esta segunda-feira, e após uma manifestação com centenas de sócios a pedir a saída de Bruno de Carvalho, foi anunciado que foi entregue à comissão de fiscalização nomeada pela Mesa da Assembleia Geral (MAG) demissionária uma participação disciplinar contra o Conselho Directivo do Sporting. 
No dia seguinte, Jaime Marta Soares convocou a imprensa para garantir que a AG destitutiva de 23 de Junho se vai mesmo realizar, acusando Bruno de Carvalho de estar a realizar um "golpe de Estado".

Na manhã desta terça-feira, o Sporting comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a renúncia ao cargo do administrador Guilherme Pinheiro da SAD "leonina". Segundo o Record, a demissão deveu-se ao processo da transferência de Rui Patrício para Wolverhampton, que não avançou devido a Bruno de Carvalho. 
Pinheiro tinha acertado uma saída "a bem" de Patrício, mas o presidente leonino abortou o negócio. 
Fonte próxima do clube verde e branco adiantou à SÁBADO que a saída de Pinheiro não tem consequências imediatas na continuidade da direcção do Sporting, e que a sua saída se terá devido a "dificuldades de convivência". 

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