Durante a operação policial, alguns militares da GNR ainda chegaram a interpelar os mentores do ataque, mas estes juntaram-se a funcionários do Sporting, “fingindo que estariam a dar apoio à segurança”.
O disfarce permitiu-lhes fintar a GNR, que deteve logo 23 pessoas nessa tarde.
Nuno Torres terá dito a um militar que conhecia que “só queria ir para casa”.
Na versão de Fernando Mendes, um membro da equipa técnica do Sporting teria dito às autoridades que aquele pequeno grupo não tinha nada a ver com o ataque.
Um dos cinco ocupantes do BMW azul conduzido por Nuno Torres ainda não foi apanhado.
Mas já está identificado pelas autoridades.
Trata-se de um adepto da Margem Sul que Torres disse não conhecer.
Um mês depois das agressões, não é o único que está a monte.
Dos 43 invasores — o número mais recente contabilizado pelas autoridades —, há ainda 16 que não foram detidos.
A maior parte está já identificada e alguns estarão a ser monitorizados à distância.
Existe uma estratégia de os deter na altura certa, em que uma prisão leve a outra, como aconteceu há uma semana.
O processo tem 27 arguidos, que se encontram em prisão preventiva, indiciados pelos crimes de terrorismo, ameaça agravada, ofensas à integridade física qualificada e sequestro.
VERSÕES CONTRADITÓRIAS
O juiz Carlos Delca menciona o papel de Bruno de Carvalho na escalada de tensão em Alvalade, tal como a TVI revelou esta semana.
Os comentários do presidente do Sporting no Facebook, após a derrota da equipa em Madrid, “potenciaram um clima de animosidade que já existia entre a Juve Leo, os jogadores e a equipa técnica face a alguns inêxitos de resultados desportivos”.
No tribunal, o condutor do BMW garantiu que quem preparou e organizou tudo, “inclusivamente o ataque aos jogadores”, foi Fernando Mendes.
O ex-líder da Juventude Leonina terá ligado a Nuno Torres, já após a invasão, para acertarem a versão dos acontecimentos.
O magistrado não teve dúvidas de que os arguidos “faltaram à verdade”, esmiuçando as versões contraditórias apresentadas por Nuno Torres, Fernando Mendes e Elton Camara. Dos quatro suspeitos, só Joaquim Costa se recusou a falar.
É também o único que não tem cadastro.
Os restantes têm antecedentes por rixas e condução sem carta.
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