O ECONOMISTA PORTUGUÊS
Um blog de Economia Política e de Política Económica
Publicado em Janeiro
30. 2014 Economista Português
O critério da
racionalidade económica está excluído da metodologia de escolha do relatório do
Grupo de Trabalho sobre as
Infraestruturas de Grande Valor. É o que ressalta do diagrama acima, que O Economista Português conseguiu obter (o relatório
continua a não estar disponível na Web). Infelizmente, não foi conduzida uma
análise custo-benefício.
Os cinco critérios
permitirão hierarquizar aqueles
investimentos, ainda que eles sejam prejudiciais para a economia portuguesa. Prejudiciais é, por exemplo,
terem custos de exploração superiores ao valor acrescentado por eles gerado.
Os avaliadores partiram do
princípio que qualquer investimento nos transportes era bom para Portugal.
Infelizmente, não é
assim. Os decisores deviam lembrar-se do que Fontes Pereira de Melo, o
grande impulsionador da construção de linhas férreas, disse ao Parlamento num
momento de crise financeira: «Se fosse possível aprovar uma lei obrigando os
portugueses a andarem de comboio, a crise seria resolvida». A maior parte das
linhas férreas dava prejuízo, o que era uma das causas da crise financeira do
Estado. O que não mudou de ontem para hoje.
Temos que definir uma metodologia portuguesa para escolher investimentos e não
partirmos do princípio que a lógica dos fornecedores de equipamentos justifica
todo e qualquer investimento. Só definiremos essa metodologia se formos
capazes de alcançar independência de espírito em relação a Bruxelas e aos nossos credores.
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