13/2/2015, 13:22
Nuno André Martins
Yanis Varoufakis insiste no haircut da dívida grega em entrevista à revista alemã Der Spiegel e compara a atuação da troika com a dos membros da CIA que, contra a sua vontade, torturavam prisioneiros.
O ministro das Finanças da Grécia insiste que o perdão, ainda que parcial, da dívida grega é a melhor opção para o seu país e para os credores, e compara a troika aos elementos da CIA que praticaram waterboarding, uma técnica de torturar prisioneiros.
Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Yanis Varoufakis volta a ser polémico.
O ministro grego insiste na reestruturação da dívida grega e compara o que a troika está a fazer na Grécia a waterboarding, uma técnica de tortura utilizada pela CIA que simula o afogamento.
“Pouco antes da paragem cardíaca é-nos permitido respirar um pouco.
Mas logo de seguida somos novamente empurrados para baixo da água, e tudo começa de novo”, afirmou Varoufakis em entrevista à revista alemã Der Spiegel.
Logo de seguida, o governante grego reconheceu que os funcionários da troika são pessoas decentes, mas lembrou que o que lhes é pedido para fazer pode ter consequências sérias.
Daí parte para fazer uma comparação bastante menos simpática: “Na CIA também houve pessoas boas que, contra a sua vontade, foram obrigadas a utilizar [a técnica] do Waterboarding e que, portanto, se encontravam num dilema moral terrível”, afirmou.
Esta não é a primeira vez que membros do atual Governo fazem este tipo de comparações. Em janeiro, durante a campanha eleitoral, Alexis Tsipras já tinha usado o waterboarding com forma de ilustrar a estratégia orçamental da troika para a Grécia.
Varoufakis prossegue sublinhando a posição de Atenas que a dívida pública grega não é sustentável sem um novo acordo e que seria mais barato fazer um perdão, ainda que parcial, até para os credores.
“Todos sabem que a Grécia não vai conseguir suportar a dívida sem um novo acordo.
Eu percebo que o governo alemão tente evitar utilizar a palavra ‘haircut’.
No entanto essa opção seria a mais acertada, e, no fim, essa opção sairia até mais barata aos credores internacionais que a extensão do empréstimo”, disse.
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