PGR: “Caso dos submarinos dá imagem não muito simpática do MP”
25-02-2015 0:00 por Marina Pimentel (Renascença) e Mariana Oliveira (Público)
Em entrevista à Renascença/"Público", a procuradora-geral da República reconhece que o caso dos submarinos deve ser estudado por aquilo em que o sistema judicial falhou.
A procuradora-geral da República reconhece responsabilidades pelo "Ministério Público, mas também órgãos de polícia criminal, peritos e outros órgãos" no arquivamento do caso dos submarinos.
Numa entrevista conjunta à Renascença e ao jornal "Público", a primeira desde a detenção de José Sócrates, Joana Marques Vidal diz-se indignada com a violação do segredo de Justiça e afirma que "há uma rede que utiliza o aparelho de Estado" para a corrupção.
Temos falado em casos de sucesso, mas há outros que correram mal como o dos submarinos.
Oito anos de investigação, três equipas de magistrados a dirigi-lo e um arquivamento que assume que ficam muitas dúvidas por esclarecer.
Que imagem dá isto do Ministério Público?
O caso dos submarinos é daqueles que dará uma imagem não muito simpática do Ministério Público, mas também órgãos de polícia criminal, peritos e outros órgãos.
É um caso que devemos analisar com calma.
Ver onde houve passos menos correctos e tornar-se um ‘case study’ que nos permita melhorar a nossa capacidade de investigação criminal.
Aí o MP terá que reconhecer que podia ter tido um desempenho mais adequado.
Uma pergunta que muita gente faz, até por comparação com o caso que envolve José Sócrates.
No caso BES por que ninguém foi preso?
As prisões preventivas obedecem a regras muito restritas.
Com certeza que os titulares consideraram que não era de aplicar essa medida de coacção.
O caso BES é extraordinariamente complexo.
Vai exigir do Ministério Público o recurso a conhecimentos que só podem ser potenciados desde que haja uma óptima articulação na cooperação internacional e entre os órgãos de polícia criminal, os reguladores e os peritos, para ter resultados.
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