"Não fazemos disso", disse Jeroen Dijsselbloem, líder do Eurogrupo
6/2/2015, 14:19
Nuno André Martins
Eurogrupo vai reunir-se de emergência na próxima quarta-feira para discutir o futuro da Grécia, mas o seu presidente deixa já um aviso: Não há empréstimos ponte.
Os ministros das Finanças da zona euro vão voltar às reuniões de emergência em Bruxelas para discutir a questão da Grécia, a primeira com o novo ministro das Finanças do país, Yanis Varoufakis, que vai entrar no encontro já com um primeiro aviso do presidente do Eurogrupo: não há empréstimo ponte.
Quando Yanis Varoufakis apresentou ao jornal britânico Financial Times as primeiras ideias da Grécia para atingir a solução para a dívida pública grega que o Syriza tem defendido, um dos principais pontos, e talvez o que mais detalhe tinha, era o pedido de um empréstimo ponte até ao dia 1 de junho, que daria à Grécia a folga financeira para respirar e ter tempo para apresentar uma proposta de reformas para a economia.
Esse empréstimo permitiria ainda à Grécia, segundo o seu ministro das Finanças, terminar o programa no próximo dia 28 de fevereiro, quando termina a extensão pedida, e dispensar a próxima tranche do empréstimo dos credores internacionais, de sete mil milhões de euros.
Tsipras e Varoufakis pediram tempo aos responsáveis europeus, que o presidente do Eurogrupo não parece estar disposto a dar, pelo menos na forma proposta pelos governantes gregos: “Não fazemos disso”, disse Jeroen Dijsselbloem, líder do Eurogrupo, em Haia.
“A Grécia está num programa até ao final deste mês.
A primeira questão é se esse programa vai ser finalizado ou estendido”, disse aos jornalistas.
O responsável disse, ainda, que a reunião do Eurogrupo marcada para quarta-feira será um primeiro passo para perceber como se deve agir nas próximas semanas ou meses e assume que “existem muitas diferenças para serem mediadas” entre as autoridades gregas e os parceiros europeus.
Por isso mesmo, Dijsselbloem não espera “conclusões imediatas” nessa reunião.
Quanto ao futuro, diz o responsável, se a Grécia quiser que o atual programa seja estendido, “talvez possamos falar sobre isso”, sendo que as autoridades gregas têm dito publicamente que não querem continuar no programa e com supervisão da troika.
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