12 Fevereiro 2015
Edgar Caetano
Agência Lusa
CHIMEIRA EM MINSK
Foi o próprio Presidente russo o primeiro a dizer que há um acordo para cessar-fogo na Ucrânia.
Hollande fala em "grande alívio" mas alerta que não está tudo resolvido.
Vladimir Putin, o presidente russo, disse esta quinta-feira que “há um acordo” para o cessar-fogo na Ucrânia, com efeitos a partir de domingo.
Duraram cerca de 15 horas a negociação entre os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França e Petro Poroshenko tinha dito que “a Rússia faz exigências inaceitáveis“.
Estará, assim, atingida uma base de acordo para que seja assinado um acordo de paz na Ucrânia.
Em Minsk, capital da Bielorrússia, espera-se para as próximas horas uma declaração – que poderá ser separada – e não ainda um acordo total, segundo as agências noticiosas.
@AP
BREAKING: Russia President Vladimir Putin announces a cease-fire in eastern Uktraine midnight Saturday
09:11 - 12 fev 2015
O Presidente francês, François Hollande, confirmou o acordo entre as quatro partes, mas diz-se cauteloso apesar do “grande alívio para a Europa”.
Citado pela BBC, diz que o acordo traz uma “grande esperança mas não o trabalho todo feito”.
A mesma opinião foi partilhada por fonte do governo alemão.
As partes concordaram em respeitar a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, de acordo com um comunicado conjunto distribuído pelo Kremlin.
A Associated Press diz que Putin explicou, contudo, que existe um ponto de discórdia entre ele próprio e o presidente ucraniano.
Em questão está Debaltseve, uma localidade controlada pelos militares ucranianos mas que se situa entre dois pontos importantes controlados pelos rebeldes, pelo que tem sido intenso o combate nesta zona.
Putin considera que as forças ucranianas estão cercadas e que os rebeldes esperam uma rendição, algo que a Ucrânia rejeita.
Eis o que tinha dito Poroshenko, durante um intervalo ao fim do qual os líderes voltaram a entrar na sala: “Há sempre esperança.
Estamos em negociações ininterruptas, como podem ver, mas a situação é muito difícil“.
O ucraniano acrescentou que “Angela Merkel e François Hollande estão a ajudar-nos muito, mas para já a situação é difícil”.
A base de acordo sobre a qual estiveram a trabalhar os líderes incluiria, segundo as agências, um cessar-fogo a partir de 15 de fevereiro, a retirada de artilharia pesada, a criação de uma zona de segurança e a entrega do controlo total da fronteira à Ucrânia até ao final de 2015.
Entretanto, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, confirmou que há um acordo para que o organismo com sede em Washington empreste mais 17,5 mil milhões de dólares à Ucrânia, cerca de 15,5 mil milhões de euros.
Um porta-voz afirmou que a reunião do Conselho Europeu desta quinta-feira deverá começar mais tarde devido ao arrastar das negociações em Minsk, onde estão Angela Merkel e François Hollande.
@ReutersJamie
A MInsk momment
10:01 - 12 feve 2015
Uma “guerra de nervos”
A Ucrânia definiu as “maratonas negociais” em Minsk como “uma guerra de nervos”, referindo-se ao encontro dos seus líderes com os da Rússia, Alemanha e França, com o objetivo de encontrar uma solução para o conflito ucraniano.
“Creio que ainda nos faltam umas cinco ou seis horas, no mínimo.
Agora entrámos numa guerra de nervos”, escreveu Valeriy Chaly, chefe da Administração Presidencial ucraniana, na sua página de Facebook, ao início da madrugada.
O assessor do Presidente ucraniano, Petró Poroshenko, acrescentou: “Na minha opinião, não podemos sair de Minsk sem um acordo sobre um claro cessar-fogo”.
Poroshenko, o Presidente russo, Vladimir Putin, o líder francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, estão há quase nove horas.
Segundo fontes oficiais, os líderes estiveram reunidos no Palácio da Independência em Minsk. sem assessores de modo a promover a aproximação e, assim, encontrar mais facilmente uma solução para o conflito, que tem assistido a uma escalada de violência.
Os ministérios dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Alemanha catalogaram as negociações de “difíceis”.
Já o chefe da diplomacia russa, Serguéi Lavrov, classificou-as de “muito produtivas”.
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