Primeiro-ministro português afirmou que a a Grécia teve "soluções únicas e excecionais que outros países não tiveram"
12/2/2015, 23:45
Marlene Carriço
Pedro Passos Coelho, fez questão de dizer que a situação grega é completamente diferente da portuguesa e defendeu a carta recebida na quinta-feira "parte de um equívoco".
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta quinta-feira à noite, que Portugal foi o país da União Europeia (UE), em termos relativos, que mais ajudou a Grécia até ao momento.
E por isso mesmo tem todo “o prazer” em ver a situação resolvida naquele país.
A ideia foi repetida por outras duas vezes, à saída da cimeira europeia.
“Portugal é, de longe, o país dentro da UE que mais esforço fez, em percentagem do seu produto, de apoio e solidariedade em relação à Grécia.
Portanto teríamos mais do que gosto, teríamos todo o prazer em saber que os esforços ajudaram a Grécia”, afirmou o primeiro-ministro.
E foi neste argumento que Passos se socorreu novamente, quando questionado sobre a carta aberta que lhe foi endereçada por 32 personalidades, dizendo que tal missiva “parte de um equívoco que é o de assumir que Portugal tem algum preconceito ou antipatia pelo governo grego”.
“Nós de resto temos sido o país mais solidário em termos relativos na Europa com a Grécia”, reiterou.
Passos Coelho explicou que teve oportunidade, durante o Conselho Europeu que se realizou nesta quinta-feira em Bruxelas, assim como os restantes chefes de Estado e de Governo, de ouvir a exposição de Alexis Tsipras sobre a situação grega, assim como do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem e disse ainda esperar que os trabalhos do Eurogrupo, no início da próxima semana, possam ser “clarificadores”, contribuindo para consolidar os progressos registados ela Grécia.
Numa altura em que se discute o futuro da Grécia, e sem querer “alimentar qualquer sentimento de desigualdade”, o primeiro-ministro português foi lembrando por várias ocasiões ao longo do seu discurso que a a Grécia teve “soluções únicas e excecionais que outros países não tiveram”, desde o início da crise e, “apesar disso, ainda não conseguiu fechar o seu programa e ultrapassar as dificuldades de acesso a financiamento no mercado”.
De entre as soluções “únicas”, Passos destacou a reestruturação da dívida e as condições excecionais quer para pagamento de juros, quer para prazos de pagamento dos empréstimos.
“A Grécia tem mais 11 anos do que Portugal para pagar os empréstimos europeus e tem um período de 10 anos que não paga sequer juros.
Coisa que mais nenhum país tem”.
Passos falou mesmo em frustração, depois de todos os esforços desenvolvidos pelos vários estados-membros para apoiar a Grécia.
“Não deixa de ser um pouco frustrante chegar a uma situação em que as circunstâncias se estão a agravar sem que nenhuma causa externa os esteja a impelir.
Espero que haja uma convergência de esforços bem-sucedida de modo a que tudo aquilo que foi vivido com muito sacrifício não seja deitado fora e que a Grécia possa recuperar estabilidade para poder ultrapassar as suas dificuldades e poder regressar a uma situação de financiamento autónomo”, rematou.
Sem comentários:
Enviar um comentário