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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Ceifar as vidas dos melhores ilustradores

Texto: PEDRO CORDEIRO
Jornal Expresso Quarta, 7 de janeiro de 2015
Os cinco mortos conhecidos até agora são o diretor do ‘Charlie Hebdo’, outros três ilustradores e um cronista, além de dois polícias

Das doze vítimas mortais do atentado terrorista desta manhã, sete já são conhecidas. Trata-se de cinco colaboradores do ‘Charlie Hebdo’ (quatro ilustradores e um cronista) e dois agentes da polícia. 
Morreram ainda três outros jornalistas, um rececionista do prédio e um convidado da redação, de nome Michel Renaud. 
Há ainda 11 feridos, quatro deles graves (que incluem o jornalista Philippe Lançon e dois polícias). 
Eis os perfis das vítimas mortais conhecidas.

CHARB - De seu nome real Stéphane Charbonnier, era diretor do ‘Charlie Hebdo’ desde 2009 e tinha 47 anos. 
A sua coluna regular no jornal chamava-se ‘Charb não gosta de gente’. 
Autor de vários livros, colaborava com órgãos de comunicação como ‘Télérama’, ‘Fluide Glacial’ ou ‘L'Humanité’. 
Fora ameaçado de morte várias vezes, na sequência da publicação, pelo jornal, da edição especial ‘Charia Hebdo’, em 2011, em retaliação pela qual houve um fogo posto na redação. ‘É certamente algo pomposo, mas prefiro morrer de pé do que viver de joelhos’, afirmou na altura. 
A última caricatura que publicou no jornal, hoje nas bancas, tinha o título ‘Ainda não houve atentados em França’. 
Nela, um jiadista dizia ‘Esperem! 
Temos até ao fim de janeiro para dar as Boas Festas’.

GEORGES WOLINSKI - Um dos decanos do desenho humorístico francês, nasceu há 80 anos na Tunísia então francesa. 
Editor-chefe do mensário ‘Charlie’, antecessor do ‘Hebdo’, fora colaborador da revista ‘Hara-Kiri’ e ficou conhecido pelos seus desenhos eróticos. 
O seu traço surgiu em publicações como ‘Paris-Match’, ‘Libération’ ou ‘Le Nouvel Observateur’

TIGNOUS - Chamava-se Bernard Verlhac e colaborava, além do ‘Charlie Hebdo’, nas revistas ‘Marianne’ e ‘Fluide Glacial’. 
Tinha 57 anos e vários livros publicados.

CABU - Jean Cabut, de 75 anos, estava há 45 no ‘Charlie Hebdo’. 
Autor de 30 livros de ilustrações e colaborador, também, do jornal humorístico ‘Le Canard Enchainé’, foi o autor de uma controversa capa do ‘Charlie Hebdo’ que retratava O profeta Maomé, depois do escândalo das caricaturas publicadas pelo jornal dinamarquês ‘Jyllands-Posten’

BERNARD MARIS - Economista de 68 anos, era responsável pela coluna ‘Uncle Bernard’ no semanário, sobre política e economia. 
Recentemente escrevera sobre os riscos de Marine Le Pen ser eleita Presidente da República francesa.

Os polícias - Executado com uma bala na cabeça enquanto estava deitado no passeio, ferido, o polícia Ahmed Merabettinha 42 anos e estava de serviço na esquadra do 11.º bairro de Paris, onde ocorreu o massacre, e dirigiu-se ao local com um colega, que veio a ser ferido.
O outro polícia morto, Franck D., tinha 49 anos e fazia proteção pessoal de personalidades há vários anos.
Tinha uma filha de um ano.

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