ACUSAÇÃO
Sílvia Freches
24.08.2018 16:39 west
Num tom cheio de ironia e com o alvo bem definido, a empresária angolana respondeu, nas redes sociais, ao Presidente de Angola, que a acusou de "desencorajar o investimento" no país.
A troca de críticas entre Isabel dos Santos e João Lourenço tem sido uma constante nos últimos meses
"Há uns que tapam o sol com a peneira, há outros que constroem abrigo para se por à sombra... e trabalham para comprar ar condicionado.
Faço parte da segunda categoria".
Com uma fotografia tirada numa obra e com um capacete na cabeça, a filha do ex-chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, respondeu desta forma, no Twitter e Instagram, ao presidente de Angola que, no final da visita a Berlim, quinta-feira, lamentou que Isabel dos Santos não incentivasse o investimento no seu "próprio país".
"Eu não queria entrar em mesquinhices deste tipo para uma cidadã nacional que desencoraja o investimento para o seu próprio país.
É o único comentário que tenho a fazer", disse então João Lourenço.
Isabel dos Santos, sem nunca referir o nome do presidente de Angola, não tardou a responder, e além do comentário dos que tapam o sol com a peneira, fez um novo tweet para dizer que não desistiu de investir em Angola.
"Na obra trabalhando,a supervisionar a construção desde raiz deste novo empreendimento. Como engenheira estou envolvida no terreno desde início até ao fim da obra,e estou presente em todas as etapas.
Continuo a Investir em Angola e acreditar nos angolanos.
"Aqui está em construção mais um empreendimento que vai gerar mais empregos para jovens e oportunidades para os pequenos e médios produtores escoarem e venderem os seus produtos", escreveu Isabel dos Santos, salientando que, desta forma, vai apoiar "outros empresários e produtores e gerar mais iniciativas".
E termina explicando que a produção nacional é a única forma de baixar os preços.
"Nesta obra trabalham com afinco mais de 100 bons técnicos angolanos que constroem com qualidade e no final do dia vão para suas casas com orgulho e determinação de fazer parte do crescimento de Angola".
A troca de críticas não é de agora.
Em junho, a quando da visita de João Lourenço à Bélgica, Isabel dos Santos também utilizou as redes socias para falar em falta de atratividade externa de Angola, pela dificuldade em repatriar dividendos.
"Qual o investidor que vai entrar se não dão autorização aos atuais investidores estrangeiros para levarem os lucros em dólares", disse a empresária exonerada em novembro de 2017 por João Lourenço das funções de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol.
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