ANGOLA
Ajuda Financeira 29 de Setembro de 2018
No dia em que que o Presidente João Lourenço discursou nas Nações Unidas, apresentando ao mundo a “nova Angola” (quarta-feira), uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) aterrava em Luanda para discutir os termos de um empréstimo que pode atingir os 4,5 mil milhões de dólares (€3,8 mil milhões), o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto.
Esta foi, de resto, uma semana de alta intensidade mediática, marcada pela detenção de José Filomeno, o filho do ex-presidente Eduardo dos Santos, acusado de fraude na gestão do Fundo Soberano.
E isto anda tudo ligado.
A entrada em cena do FMI é mais um fator favorável à credibilização do país no panorama internacional.
Num encontro em Nova Iorque com 150 empresários, João Lourenço citou as mudanças “que marcam o novo ciclo” e tornam o país “favorável ao investimento estrangeiro”.
É um caderno de encargos exigente que Angola terá de aceitar para receber do FMI 1,5 mil milhões de dólares ao ano, no âmbito de um Programa de Financiamento Ampliado (EFF — Extended Fund Facility).
Combate ao despesismo (corte de €600 milhões nas gorduras dos organismos públicos), política de austeridade e um programa de privatizações (Angola Telecom e a transportadora TAAG estão na primeira linha) fazem parte da receita do fundo.
Entre as medidas impopulares está a eliminação dos subsídios aos combustíveis, que levará à duplicação dos preço da gasolina e gasóleo.
A equipa do FMI estará em Luanda até dia 5 de outubro e manterá contactos com agentes de todos os sectores da vida angolana.
Segundo o comunicado do Governo, procederá “ao exame das perspetivas económico-financeiras e identificará os eixos que vão sustentar a ajuda”.
O FMI “não é um bicho-papão”, afirmara João Lourenço quando, a 20 de agosto, Luanda pediu assistência financeira.
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