CRÍTICA
Lusa
13.09.2018 12:50 west
A empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, questionou esta quinta-feira a estratégia de Angola para sair da crise em que continua mergulhado, após um ano de constantes subidas na cotação do petróleo.
Nas redes sociais, a empresária angolana acrescentou que o país continua mergulhado numa "profunda crise económica", em recessão e com as empresas angolanas com "enormes" perdas financeiras, questionado qual a estratégia do atual Governo para inverter a situação.
"Preço do barril está atingir barra de 80$/barril.
Faz quase 1 ano de "petróleo está em alta" e continuamos mergulhados numa profunda crise económica, Angola está em recessão.
Empresas angolanas c/perdas financeiras enormes.
Qual a estratégia?", escreveu Isabel dos Santos no Twitter, texto acompanhado por um quadro em que se destaca que o crude atingiu os 79,08 dólares/barril.
O comentário surge depois de o pai, José Eduardo dos Santos, ter abandonado, sábado, a vida política ativa, quando, no VI Congresso Extraordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), passou a liderança do partido ao atual chefe de Estado angolano, João Lourenço.
Por sua vez, João Lourenço, que ao fim de dois meses como Presidente de Angola exonerou Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, completa no final deste mês o seu primeiro ano de governação.
A 04 de setembro, em conferência de imprensa, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) questionou para onde vai o excedente do petróleo em Angola, cujos números apontam para uma acumulação de um mínimo total de 1.600 milhões de dólares (1.400 milhões de euros) nos últimos seis meses.
Na ocasião, o líder do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior referiu que o preço médio do barril de petróleo no mercado internacional, segundo dados da OPEP, cifrou-se em 67 dólares (58 euros) enquanto o preço de referência no Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano é de 50 dólares (43 euros), o que dá um diferencial positivo de 17 dólares (14 euros) por barril.
O líder do grupo parlamentar do maior partido da oposição angolana sublinhou que os dados fazem estimar que Angola acumulou, "no mínimo, um total de 1.657.149.120 dólares", levantando a questão: "para onde vai o excedente do petróleo".
"Os angolanos precisam de saber, pois este valor deveria ir para a reserva estratégica do Estado", exortou Adalberto da Costa Júnior, denunciando que a suposta "falta de transparência" é a causa do desaparecimento de mais de 600 mil milhões de dólares (520 mil milhões de euros) das "múltiplas reservas estratégicas e que os angolanos ficam sem saber o destino".
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