MadreMedia / Lusa
1 jan 2018 11:55
O gabinete de estudos económicos do Standard Bank considera que o Orçamento de Angola para 2018 comporta "riscos substanciais", nomeadamente se o crescimento económico e as receitas do petróleo ficarem aquém do estimado pelo Governo.
“Apesar de o orçamento para 2018 indicar a continuação do esforço de consolidação orçamental, a nossa primeira análise indica a presença de riscos orçamentais substanciais, especialmente se as ambições de crescimento não se materializarem ou se as receitas do petróleo ficarem aquém do estimado”, escrevem os analistas.
De acordo com a análise de dezembro ao mercado de capitais africano, a que a Lusa teve acesso, os peritos do Standard Bank alertam ainda que um falhanço nas previsões sobre o crescimento da produção de petróleo ou da economia “pode aumentar a pressão sobre o nível de dívida pública, estimado em quase 60% do Produto Interno Bruto”.
Os analistas consideram que o Orçamento para o próximo ano, o primeiro assinado pelo novo Presidente, João Lourenço, “traça como meta uma ambiciosa aceleração do PIB para 4,6% em 2018 face aos 0,1% de 2016 e aos esperados 1,1% para este ano”.
Pelo contrário, a previsão de evolução do preço do petróleo, de 50 dólares em 2018, é uma “assunção conservadora”, mostrando apenas uma ligeira evolução face à estimativa de 48,4 dólares por barril este ano.
Isto poderá ajudar Angola a equilibrar as contas no próximo ano, já que as previsões internacionais apontam para médias mais perto dos 60 dólares por barril.
Nas considerações sobre o mercado financeiro de Angola, os analistas do Standard Bank afirmam que “o sentimento do mercado foi, de alguma forma, melhorado pelas ações de João Lourenço, desde as mudanças em lugares-chave até ao anúncio do combate à corrupção e a moratória sobre o repatriamento de capitais”, que esperam possa atingir “vários milhares de milhões de dólares”.
Para estes analistas, as ações do novo Presidente de Angola mostram “uma promessa de reformas económicas que deverão garantir um crescimento mais equilibrado, menos dependente do petróleo, o que implica a necessidade de tornar Angola mais atrativa para investimento fora do setor petrolífero, o que deve potenciar iniciativas que visem substituir as importações”.
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