ECONOMIA DESTAQUE
Redacção F8
23 de janeiro de 2018
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, reuniu-se esta terça-feira cm o Presidente de Angola, João Lourenço, à margem da reunião do Fórum Económico Mundial, que decorre esta semana em Davos, anunciou a instituição sediada em Washington.
Também hoje a Economist Intelligence Unit (EIU) lançou alguns avisos ao executivo angolano.
A economia está a beneficiar de uma ligeira recuperação, mas os significativos desequilíbrios mantêm-se”, escreve o FMI na nota divulgada neste dia à imprensa, na qual acrescenta que “as autoridades estão completamente cientes dos desafios e anunciaram acções de política para restaurar a estabilidade macroeconómica”.
No curto comunicado, o FMI afirma que o encontro “foi uma oportunidade para a directora-geral do FMI elogiar o Presidente Lourenço pelos recentes anúncios de políticas” e conclui que a líder do FMI “reiterou o compromisso do Fundo em trabalhar com as autoridades angolanas para garantir que a economia atinge altas taxas de sustentabilidade e crescimento inclusivo para reduzir a pobreza”.
Entretanto, a Economist Intelligence Unit (EIU) considerou hoje que se Angola emitir nova dívida no mercado internacional arrisca-se a pagar uma taxa de juro ainda maior do que os 9,5% que suporta anualmente pela emissão de 2015.
“As preocupações em curso sobre os fundamentais da economia angolana significa que uma emissão deve provavelmente atrair cupões mais elevados” do que a última emissão de dívida pública, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
De acordo com a consulta feita hoje sobre a evolução dos juros exigidos pelos investidores para transaccionarem dívida pública angolana, a dívida está mais barata, tendo descido para cerca de 6,5%, o que representa uma forte queda face aos quase 13,5% a que chegou a transaccionar no início de 2016.
A dívida angolana, de resto, entrou em 2018 no valor mais baixo desde a emissão de 1,5 mil milhões de dólares, no final de 2015, estando abaixo de 7% desde Novembro do ano passado.
No comentário à sinalização da intenção de Angola reestruturar a dívida ou renegociar os termos de pagamento, a EIU lembra que “pouco antes de deixar o poder, José Eduardo dos Santos assinou um decreto presidencial autorizando as finanças a lançar uma nova emissão de dívida até 2 mil milhões de dólares”.
O comentário da EIU, enviado aos investidores, surge dias depois de o ministro das Finanças ter admitido a hipótese de reestruturar a dívida, mas nos dias seguintes acrescentou que os pagamentos das obrigações estavam garantidos e que o que Angola queria era abordar os credores para tentar ter condições mais favoráveis.
“Permanece, assim, pouco claro, se Angola quer mesmo formalmente reestruturar os empréstimos existentes, por causa de dificuldades de pagamento, ou se o ministério está simplesmente à procura de melhores condições para a emissão da dívida daqui em diante”, escrevem os analistas da Economist.
“O que é certo é que o peso da dívida externa aumentou fortemente nos últimos cinco anos, de 20% do Produto Interno Bruto em 2013 para cerca de 37% em 2017, e que o serviço da dívida é o maior item isolado de despesa”, dizem.
Os juros da primeira emissão angolana de ‘eurobonds’ foram lançados a 9,5%, a liquidar aos dias 12 de Maio e 12 de Novembro de cada ano, a partir de 2016, com uma maturidade a 10 anos, numa operação lançada através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.
Além de cobrir as necessidades de financiamento do Estado, colmatando a quebra nas receitas fiscais decorrentes da exportação de petróleo, esta operação permitiu igualmente o acesso a divisas, que o país necessita, nomeadamente para garantir as importações de alimentos e matéria-prima.
“Esta emissão inaugural é um passo extremamente importante para o nosso país e nós vemos isso como o início de um relacionamento de longo prazo com os mercados de capitais internacionais”, referiu em 2015 o então ministro das Finanças, Armando Manuel, substituído no cargo por Archer Mangueira.
Folha 8 com Lusa
A economia está a beneficiar de uma ligeira recuperação, mas os significativos desequilíbrios mantêm-se”, escreve o FMI na nota divulgada neste dia à imprensa, na qual acrescenta que “as autoridades estão completamente cientes dos desafios e anunciaram acções de política para restaurar a estabilidade macroeconómica”.
No curto comunicado, o FMI afirma que o encontro “foi uma oportunidade para a directora-geral do FMI elogiar o Presidente Lourenço pelos recentes anúncios de políticas” e conclui que a líder do FMI “reiterou o compromisso do Fundo em trabalhar com as autoridades angolanas para garantir que a economia atinge altas taxas de sustentabilidade e crescimento inclusivo para reduzir a pobreza”.
Entretanto, a Economist Intelligence Unit (EIU) considerou hoje que se Angola emitir nova dívida no mercado internacional arrisca-se a pagar uma taxa de juro ainda maior do que os 9,5% que suporta anualmente pela emissão de 2015.
“As preocupações em curso sobre os fundamentais da economia angolana significa que uma emissão deve provavelmente atrair cupões mais elevados” do que a última emissão de dívida pública, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
De acordo com a consulta feita hoje sobre a evolução dos juros exigidos pelos investidores para transaccionarem dívida pública angolana, a dívida está mais barata, tendo descido para cerca de 6,5%, o que representa uma forte queda face aos quase 13,5% a que chegou a transaccionar no início de 2016.
A dívida angolana, de resto, entrou em 2018 no valor mais baixo desde a emissão de 1,5 mil milhões de dólares, no final de 2015, estando abaixo de 7% desde Novembro do ano passado.
No comentário à sinalização da intenção de Angola reestruturar a dívida ou renegociar os termos de pagamento, a EIU lembra que “pouco antes de deixar o poder, José Eduardo dos Santos assinou um decreto presidencial autorizando as finanças a lançar uma nova emissão de dívida até 2 mil milhões de dólares”.
O comentário da EIU, enviado aos investidores, surge dias depois de o ministro das Finanças ter admitido a hipótese de reestruturar a dívida, mas nos dias seguintes acrescentou que os pagamentos das obrigações estavam garantidos e que o que Angola queria era abordar os credores para tentar ter condições mais favoráveis.
“Permanece, assim, pouco claro, se Angola quer mesmo formalmente reestruturar os empréstimos existentes, por causa de dificuldades de pagamento, ou se o ministério está simplesmente à procura de melhores condições para a emissão da dívida daqui em diante”, escrevem os analistas da Economist.
“O que é certo é que o peso da dívida externa aumentou fortemente nos últimos cinco anos, de 20% do Produto Interno Bruto em 2013 para cerca de 37% em 2017, e que o serviço da dívida é o maior item isolado de despesa”, dizem.
Os juros da primeira emissão angolana de ‘eurobonds’ foram lançados a 9,5%, a liquidar aos dias 12 de Maio e 12 de Novembro de cada ano, a partir de 2016, com uma maturidade a 10 anos, numa operação lançada através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.
Além de cobrir as necessidades de financiamento do Estado, colmatando a quebra nas receitas fiscais decorrentes da exportação de petróleo, esta operação permitiu igualmente o acesso a divisas, que o país necessita, nomeadamente para garantir as importações de alimentos e matéria-prima.
“Esta emissão inaugural é um passo extremamente importante para o nosso país e nós vemos isso como o início de um relacionamento de longo prazo com os mercados de capitais internacionais”, referiu em 2015 o então ministro das Finanças, Armando Manuel, substituído no cargo por Archer Mangueira.
Folha 8 com Lusa
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