Operação Fizz
Fonte: TSF
janeiro 22, 2018
Luanda - No Fórum TSF, ouviu-se as diferentes opiniões sobre a intervenção de Portugal no âmbito da Operação Fizz.
Fonte: TSF
A Justiça portuguesa decidiu, esta segunda-feira, separar o processo de Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola, do julgamento da operação Fizz.
Manuel Vicente é acusado de corrupção ativa em coautoria com o advogado Paulo Blanco e Armindo Pires, branqueamento de capitais, em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira e falsificação de documento, com os mesmos arguidos.
A matéria está, no entanto, a dividir a sociedade angolana.
Evaristo Mulaza, diretor do jornal angolano Nova Gazeta, afirmou, no Fórum TSF, que as opiniões dividem-se quanto à politização do caso.
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"Há, por um lado, um entendimento de que não se pode ignorar as questões políticas à volta do caso (...), mas também há quem pense que o caso deveria ser tratado exclusivamente a nível das instâncias da Justiça e que o caso não devia ser politizado, conforme o que aconteceu, ao ponto de colocar em cheque as relações entre os dois países", disse Evaristo Mulaza.
Quanto a eventuais sanções, Evaristo Mulaza acredita que o diálogo entre os dois países irá prevalecer e não acredita que venham a ser aplicadas sanções formais.
O diretor da Nova Gazeta acredita que a discussão política entre Angola e Portugal, até ao momento, passou por "alguma chantagem e pressão" para que "as autoridades portuguesas cedessem".
"Se o desfecho do caso não for favorável em relação a Angola, a Manuel Vicente, é provável que as relações fiquem afetadas", reconheceu Evaristo Mulaza.
"É provável que as empresas portuguesas possam ser penalizadas nos "bastidores" mas, sinceramente, não acredito que possa haver uma declaração formal de sanções", declaro.
Já o secretário-geral da União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho, considera que o Ministério Público português revelou falta de bom senso no processo.
Vítor Ramalho defendeu, no Fórum TSF, que Portugal não deve avaliar a justiça de outro país: "Não compete a nós, aqui em Portugal, ajuizarmos se o Direito de Angola é bom ou não.
Seria um absurdo".
"Isto já tem tido consequências que não são desejáveis.
Isto prejudica mesmo os interesses do Estado português", apontou o secretário-geral da UCCLA.
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