OPERAÇÃO FIZZ
Público
22 de Janeiro de 2018, 17:09
A Operação Fizz chegou esta segunda-feira a julgamento.
Em Luanda, o caso tem pouca ou nenhuma expressão.
No dia em que arranca o julgamento da Operação Fizz, processo no qual o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente é acusado de corrupção activa, é preciso correr vários meios de comunicação angolanos para encontrar uma referência ao caso.
A agência estatal de notícias, a Angop, e a Televisão Pública de Angola não veiculam qualquer notícia sobre o arranque do julgamento.
O mesmo acontece com o Jornal de Angola, onde a última publicação sobre o ex-vice-presidente do país é um artigo de opinião, publicado no sábado, onde se defende a transferência do processo de Lisboa para Luanda.
Mesmo em órgãos críticos do regime, as referências são parcas (no caso do portal Club-K, que apenas reproduz conteúdos de outros meios) ou inexistentes (no jornal Folha 8).
As excepções encontraram-se no jornal O País, uma publicação semanal do grupo Grupo Medianova, que dá conta do arranque do julgamento, e no Novo Jornal, outra publicação independente que tem acompanhado o processo.
"Antigo vice-presidente angolano 'não está a fugir', apenas não comparece 'porque não pode'", titula este jornal, citando Rui Patrício, o advogado de Manuel Vicente.
O político angolano é acusado de ter subornado com 760 mil euros o procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Orlando Figueira, para que este arquivasse dois inquéritos em que era suspeito, um dos quais relacionado com a compra de um apartamento de luxo no Estoril por 3,8 milhões de euros.
Esta segunda-feira, a justiça portuguesa aceitou separar o processo de Manuel Vicente mas recusou enviá-lo para Angola, tal como vem defendendo Luanda.
Também hoje, as autoridades angolanas voltaram a recusar notificar o ex-vice-presidente, argumentando que o antigo governante goza de imunidade, pelo que não pode ser notificado nem da sua condição de arguido nem das acusações de corrupção activa e lavagem de dinheiro que lhe imputam.
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