ELEIÇÕES NO SPORTING
Tiago Pimentel
5 de Julho de 2018, 13:46 actualizada às 14:19
Pedro Madeira Rodrigues volta a ir às urnas |
Empresário volta a ser candidato à presidência do Sporting.
Pedro Madeira Rodrigues é o terceiro nome a entrar na corrida à presidência do Sporting, cujas eleições se realizam a 8 de Setembro.
O empresário, que em Março de 2017 concorreu contra Bruno de Carvalho (conquistou na altura 9,49% dos votos) junta-se a Fernando Tavares Pereira e a Frederico Varandas, os outros candidatos ao acto eleitoral.
A apresentação da candidatura de Madeira Rodrigues realizou-se nesta quinta-feira num hotel em Lisboa e o candidato fez questão de apresentar desde já o seu nome para treinador da equipa de futebol do Sporting: Claudio Ranieri.
O italiano de 66 anos, campeão em Inglaterra pelo Leicester City e que na temporada passada orientou o Nantes, é o escolhido para suceder a José Peseiro caso Madeira Rodrigues vença as eleições.
“Falei com José Peseiro, uma grande pessoa, e ele percebeu a minha escolha”, afirmou o candidato a presidente, acrescentando: “Felizmente fui capaz de seduzir Ranieri.
É um treinador que partilha os nossos valores, visão e ambição de vitórias.
Teremos um grande Sporting com um grande treinador.”
Esta é uma das diferenças que Pedro Madeira Rodrigues quis marcar desde já relativamente à candidatura de 2017: “Na altura terminei com o anúncio do treinador.
Agora estou a começar por aí, porque é isso que os sportinguistas esperam”, afirmou. “Ranieri era um sonho antigo.
[Até às eleições] vai estar à espera, a trabalhar e a observar os nossos jogadores.
Tivemos conversas fascinantes, sabe muito de futebol.
Está habituado a grandes desafios.
E disse-me: ‘Pedro, quero ganhar.
Identifico-me contigo e com o teu projecto’”, acrescentou o candidato, salientando que o nome do treinador poderá convencer alguns dos jogadores que rescindiram contrato com o Sporting a voltarem atrás na decisão.
Madeira Rodrigues disse ainda que, caso seja eleito, trará para o Sporting investimento financeiro de que o clube “necessita mais do que nunca”, mas que garantirá que o Sporting “continuará nas mãos dos sócios”.
“São pessoas do Médio Oriente”, disse o empresário, sem entrar em detalhes quanto ao valor desse investimento: “Vamos esperar pelas auditorias.
Vão aparecer comigo na altura certa”, disse.
Com o lema “O Grande Sporting”, Pedro Madeira Rodrigues apresentou-se como “o melhor candidato para o Sporting”.
“Temos uma página em branco.
Sou o candidato da ruptura.
Sou o candidato da coragem”, afirmou o empresário, que confessou sentir apoio na rua. “Parto com larga vantagem.
A candidatura anterior surgiu numa altura muito especial.
Agora tenho mais maturidade e estou mais preparado.
As pessoas não me conheciam.
Pouca gente me quis ouvir na altura.
Cometi alguns erros.
Mas fiquei a conhecer ainda melhor o Sporting”, disse Madeira Rodrigues, para encerrar esse capítulo: “Não vou falar mais do passado.
Agora interessa o futuro.”
Sem alongar-se em relação a Bruno de Carvalho – “Vamos ter de cumprir os estatutos e o regulamento disciplinar.
Não sou jurista”, disse o candidato –, Pedro Madeira Rodrigues deixou alguns reparos críticos ao passado recente do clube.
“O que se passou em Alcochete é uma mancha na nossa história.
Foi uma vergonha.
É o dia mais negro.
Basta.
Estamos a ser investigados, fala-se num saco azul, as contas estão numa grande confusão”, lamentou.
“Há 16 anos que o Sporting não ganha um campeonato.
Eu, como pai, nunca tive o privilégio de festejar um campeonato com os meus filhos.
Isto não pode continuar.
Teremos um Sporting a apostar na formação, o nosso ADN.
Vamos retomar o projecto da equipa B.
Temos de recuperar o tempo perdido”, prosseguiu Madeira Rodrigues, manifestando vontade de ajudar a Comissão de Gestão liderada por Sousa Cintra em determinados assuntos: “Está a fazer o melhor que pode pelo Sporting, mas gostava que não se tomassem decisões definitivas.
Gostava de ajudar na construção do plantel para a próxima época.
O Sporting precisa de referências.”
Quanto às modalidades, Pedro Madeira Rodrigues reconheceu que “as coisas têm corrido bem”, mas considerou que “gastar 20 milhões por ano é um valor colossal”.
“Vamos criar condições para termos equipas competitivas mas também sustentáveis”, prometeu.
Quanto ao número de possíveis adversários, Madeira Rodrigues disse que “três candidatos é um número bom.
Se aparecerem seis ou sete já poderá tornar-se confuso, mas todos têm o direito a candidatar-se.”
A falar num cenário pintado apenas a verde e branco, a imagem da candidatura de Pedro Madeira Rodrigues recupera também o símbolo antigo do Sporting, encabeçado pelas iniciais SCP.
O candidato começou por elencar os três momentos marcantes da sua relação com o Sporting: “Vesti a camisola do clube aos 11 anos e aprendi os valores, a vontade de ganhar, sempre aliada a um grande desportivismo e respeito.
Depois recebi o prémio Stromp.
E em 2017 larguei tudo para me candidatar à presidência do Sporting.”
“Lutei por aquilo em que acredito.
Tenho mais de 25 anos de experiência em gestão e liderança de equipas.
Tenho garra e ambição de conquistar grandes vitórias.
Comigo o grande Sporting será referência mundial”, afirmou Pedro Madeira Rodrigues, cuja candidatura se orientará por três Vs: “Valores, Visão, Vitórias.”
tiago.pimentel@público.pt
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