FOLHA 8
Redacção F8
3 de março de 2018
Um melhor estudo da Constituição da República de Angola (CRA) deve ser promovido nas tropas estacionadas na Região Militar Leste (RML), para melhor interpretação das leis, recomendou no Luena, o governador provincial, Gonçalves Muandumba.
A ideia é tão boa que deveria ser estendida a toda a hierarquia do Estado, começando pelo próprio Presidente da República e terminando no próprio proponente.
O governador Gonçalves Muandumba fez a recomendação durante o acto de abertura do ano de instrução militar 2018/2019, na 72ª Brigada de Infantaria e Motorizada, argumentado que a medida dará maior conhecimento dos deveres e direitos dos efectivos.
A par disso, durante o ano de instrução militar, Gonçalves Muandumba incentiva a uma participação activa dos comandantes nas aulas, jornadas, palestras, exercícios e manobras militares programadas, para se cumprir com os objectivos.
Incentivou, igualmente, os efectivos da RML a apostarem na formação técnica militar, profissional e académica para fazer face as exigências modernas.
O governador destacou o papel desempenhado pelas FAA na garantia da segurança e da estabilidade da região, além da manutenção de unidades fortes, coesão, organizadas, disciplinadas e em prontidão combativa.
Por seu turno, o chefe de Preparação Combativa da RML, tenente-coronel Tavares Tchuca, informou que as tropas da região que engloba as das províncias da Lunda Sul e Lunda Norte vão “refrescar” conhecimentos técnicos e tácticos de preparação operativa-combativa.
Toda esta sábia formação de Gonçalves Muandumba vem dos tempos, ou até talvez antes, dos Campos de Férias dos Estudantes Universitários (CANFEU) da JMPLA, verdadeiros “campos de bebedeira e bacanais” onde, é claro, se aprende tudo o que há para aprender quando à CRA.
Gonçalves Muandumba, antigo ministro da Juventude e Desportos, ou melhor, dos jovens do partido, fazia questão de estar no local da bebedeira colectiva e, de lá, fazia discursos propagandísticos a elogiar a “clarividência de Sua Excelência Camarada Presidente José Eduardo dos Santos” no processo de embebedamento dos angolanos.
Lembremos que José Eduardo dos Santos não esqueceu a orientação de Agostinho Neto dada aquando do seu discurso de proclamação da independência de Angola, segundo a qual “os órgãos do Estado na República Popular de Angola guiar-se-ão pelas directrizes superior do MPLA mantendo-se assegurada a primazia das estruturas do Movimento sobre as do Estado”.
As estruturas do Estado continuam subordinadas ao partido, desde 11 de Novembro de 1975.
A Televisão Pública de Angola (TPA) e a Rádio Nacional de Angola (RNA), empresas estatais, apoiavam com bastante entusiasmo os inúmeros eventos particulares, com realce as festas onde até morrem pessoas, cujos organizadores não são sequer responsabilizados.
O caro leitor pode confirmar o patrocínio da imprensa estatal ao pesquisar os cartazes dos espectáculos musicais de, por exemplo, Yuri da Cunha, Matias Damásio, Nagrelha e Coreon Du, o agente dos kuduristas e principal promotor das bebedeiras através dos vulgares programas televisivos Flash, Tchilar e Layfar.”
O Movimento Juvenil da Revolução Limpa, por exemplo, diz que “o país vive uma estratégia engendrada pelo ex-ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, e pelo o ex-venerando juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira (hoje Presidente do Supremo Tribunal), de se apossarem, indevidamente, de infra-estruturas desportivas, sem contrapartida para o Estado, ao descurarem qualquer concurso público”.
“Um dos maiores empreendimentos realizados pelo Governo; a Vila da Juventude, localizada no Parque Nacional de Campismo, na província de Benguela, o ex-ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba visando ser poupado judicialmente, numa série de crimes de corrupção e roubo do erário público, em que está envolvido, entregou a Vila a favor da empresa Acácias Tour, pertencente aos filhos do ex-venerando juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira”, acusa o Movimento Juvenil da Revolução Limpa.
Recorde-se que Angola acolheu um Open internacional de Golfe, em 2016, enquadrado no circuito da associação profissional da modalidade para a Europa.
Tudo porque, segundo Gonçalves Muandumba, realização da competição em Angola foi o culminar de “mais de um ano de negociações entre o Ministério da Juventude e Desportos e os organizadores da European Tour de Golf”.
“O Golf já começa a despontar paixões no país e, particularmente em Luanda, onde já existem muitos praticantes”, frisou Gonçalves Muandumba, lembrando que Angola possui um dos melhores campos de Golfe da região Austral de África.
Trata-se do recinto dos Mangais, na Barra do Kwanza, onde o Rio Kwanza se cruza com o mar e a paisagem da Quissama (parque nacional).
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