14 de Dezembro de 2017, 12:46
A ex-primeira-dama diz que a instituição “faz muita falta”.
A ex-primeira-dama Maria Cavaco Silva, que foi madrinha da Raríssimas, disse nesta quinta-feira estar “muito espantada e preocupada” com a situação que se vive na associação, destacando a importância da instituição para os utentes.
“Estou muito espantada, estou muito preocupada.
Espantada, porque não esperava e preocupada, porque não podemos prescindir dos serviços que a Raríssimas tenta prestar às pessoas.
Todos sabemos que funciona bem, não podemos prescindir disso.
Todos sabemos que não somos abonados para deitar fora uma coisa como a Raríssimas”, disse.
Em declarações aos jornalistas, na Amadora, antes da inauguração do presépio da Fundação AFID Diferença (Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa com Deficiência), Maria Cavaco Silva disse que desconhecia a situação denunciada por uma reportagem da TVI sobre a alegada gestão danosa da instituição.
“Sinto-me espantada.
Estou triste e com medo.
Eu sempre disse que apoiava as pessoas que estavam na instituição e, ao longo destes anos todos, sempre disse que as instituições ficam.
Têm de ficar, esta é a mensagem que quero deixar”, disse.
De acordo com Maria Cavaco Silva, que foi madrinha da instituição durante os anos da presidência da República do seu marido, Aníbal Cavaco Silva, a Raríssimas deve continuar. “A instituição faz muita falta. (...) Sou muito ligada às pessoas que lá estão, aos utentes”, disse.
Uma reportagem emitida pela TVI na segunda-feira denunciou o alegado uso, pela presidente, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras Raríssimas para fins pessoais.
A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro na compra de vestidos e em vários gastos pessoais.
Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
Hoje os trabalhadores da Raríssimas avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que haja uma direcção idónea para permitir o funcionamento.
Na quarta-feira, elementos da Inspecção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram na Associação Raríssimas para dar início à inspecção na instituição.
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