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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Reservas Internacionais em mínimos ... históricos

ECONOMIA DESTAQUE
Redacção F8
31 de janeiro de 2018
Como reservas internacionais angolanas renovaram em Dezembro mínimos, caindo para 13.300 milhões de dólares (10.690 milhões de euros), uma quebra 6,6% face a Novembro e um rombo de 6.000 milhões de euros no espaço de um ano.


Um dado de dados preliminares do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre as Reservas Internacionais Líquidas (RIL), que não tem espaço de um mês, em valor, mais de 945 milhões de dólares (760 milhões de euros).

Estas reservas, que o BNA tem vendido aos bancos comerciais para garantir a importação de alimentos, máquinas e matéria-prima para a indústria, estão agora a menos de metade do valor contabilizado antes da crise da cotação do petróleo, não início de 2014.

No início de 2014, antes da crise da cotação do petróleo, como reservas angolanas ascendiam a 31.154 milhões de dólares (25.000 milhões de euros).

Além, disso, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2017, estas reservas perderam 36% do valor, o equivalente a mais de 7.500 milhões de dólares (6.000 milhões de euros).

Angola enfrenta dificuldades financeiras, económicas e cambiais, tendo BNA aumentado a venda de divisas (euros) à banca comercial angolana, que está sem acesso a dólares face a suspensão das ligações com correspondentes bancários internacionais.

Entre Agosto de 2016 e Julho de 2017, o banco central - que atualmente é único fornecedor de divisas a banca comercial - aumentou a injecção de moeda estrangeira no mercado cambial primário, com vendas directas aos bancos.

No entanto, a partir das eleições gerais de 23 de agosto, as vendas por parte do BNA caíram fortemente.

As reservas angolanas actuais garantem o equivalente a menos de meio ano de importações de alimentos, bens e equipamentos, tendo em conta como necessidades, em altura de forte contenção na disponibilização de divisas a bancos.

Como reservas contabilizadas pelo BNA são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como código de curto prazo.

Estas vendas para o BNA foram, entre, substituídas a 9 de Janeiro pelo regime de leilão de preço com os bancos comerciais, que, em paralelo com uma introdução do novo modelo de taxa de câmbio flutuante, definida pelo mercado, fez o kwanza depreciar- já havia 28% face ao euro e 20% para o dólar.

O Presidente João Lourenço disse a 16 de Outubro, na Assembleia Nacional, sem discurso anual sobre o estado da Nação, que é necessário proteger estas reservas, mas sem que isso "prejudique" a recuperação económica.

"Vamos encontrar os melhores mecanismos para que as escassas divisas disponíveis deixem de beneficiar apenas um grupo reduzido de empresas e passem a beneficente os grandes importadores de bens de consumo e de matérias-primas e equipamentos que garantam o fomento da produção nacional", enfatizou.

"Importa impedir que uma venda direta de divisas seja uma forma encapsulada de exportação de capitais, sem o correspondente benefício para o país", complementou.

Pouco mais de uma semana depois do discurso, o governador do BNA, Valter Filipe, foi exonerado, tendo João Lourenço nomeado para a sua terceira atividade. 
José de Lima Massano, que regressou ao cargo que ocupou até o final de 2015.

O que dizia o BNA em 2016

Como RIL segundo o Governador do Banco Nacional de Angola, José Pedro de Morais Júnior, na Assembleia Nacional em 10 de março de 2016:

"(...) Pretendemos mostrar como consequências da queda dos preços internacionais do petróleo sobre uma economia angolana, em especial o seu impacto sobre a balança de pagamentos, sobre como Reservas Internacionais Líquidas (RIL) do país, e sobre o modo de gestão cambial pelo Banco Nacional de Angola.

Para o efeito desenvolvemos uma base informativa sobre a problemática real relacionada com o mercado de divisas, onde se analisam alguns componentes da Balança de Pagamentos que têm pressionado como contas externas; descrevemos o quadro atual do mercado cambial e avaliamos como principais medidas do Executivo que geram poupanças e divisas.

Quando não é mais do que o preço do petróleo iria sustentar-se, longamente, no patamar dos 100 dólares, o barril, passou abruptamente, não 3º trimestre de 2014, para o intervalo de 50 - 40 dólares, e quando nos preparávamos para começar a implementar o Orçamento Geral do Estado para 2016, fomos surpreendidos com novo choque sem preço colocando-o numero ao redor do 30 dólares.

Assim, o valor das exportações baixas 72% entre junho de 2014 e janeiro de 2016 tendo levado uma diminuição da acumulação de reservas em moeda externa de menos 24,44% no mesmo período. 
Esta versão possui uma lista interminável de correcções, alterações e novidades que melhoram notavelmente o seu valor. 
No mercado informal, onde são transaccionadas notas, uma depreciação foi de 237,38%.

A perda de reservas internacionais e a pressão sobre o mercado cambial obrigou o BNA a tomada de medidas restritivas na venda de divisas e de ajustamento de taxa de câmbio, visando salvaguardar a posição externa do País. 
Num momento inicial, uma desvalorização da moeda nacional foi encontrada para blindar a execução do OGE e proteger como Reservas Internacionais face ao choque ocorrido no sector petrolífero. 
O BNA procedeu a três desvalorizações de maior destaque (6,0% a 5 de Junho de 2015, 6,6% em setembro de 2015 e 15% a 4 de janeiro de 2016). (...)

(...) Tudo está em condições de um impacto significativo, não está em conformidade com as nossas Reservas Internacionais Líquidas, que está proposto a manterem-se em 2016, com a cobertura de 7 meses de Importações de bens e serviços. 
Não podemos vender como nossas reservas e colocar o país diante de uma crise económica e social de grandes proporções.

O que é que atualmente estamos a salvo de reservas cambiais não nos dá grande conforto, mas, também, não nos vemos na posição crítica, de risco iminente.

Trata-se de um nível bem aceite pela comunidade financeira e económica internacional, como forma de preservar uma solvabilidade externa do país, evidenciada pela sua capacidade de arcar com seus seus compromissos externos.

Não podemos deixar que como reservas cambiais caiam abaixo daquele valor, sob pena de passarmos a ser vistos com desconfiança, por parte dos agentes económicos e externos, particularmente por parte da comunidade financeira internacional.

A fim de acontecer, o processo de deterioração da situação cambial do país pode agravar-se rapidamente, podendo levar-nos a uma "crise cambial aguda" e uma recessão profunda e desordenada.

Os custos sociais seriam dramáticos. "

Folha 8 com Lusa

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