PSD
Sofia Rodrigues
27 de Fevereiro de 2018, 6:27
Deputados críticos estranham que novo líder reúna com primeiro-ministro, mas não com a sua própria bancada
Em clima da tensão foi marcada a primeira reunião da bancada parlamentar do PSD.
É na próxima quinta-feira, uma semana depois do baixo resultado da eleição do novo líder parlamentar Fernando Negrão.
Os deputados esperam que Rui Rio se reúna com eles, mas o novo líder do PSD disse que esse encontro não vai acontecer antes de toda a direcção ser eleita.
Essa data para a eleição dos coordenadores e vice-coordenadores ainda não foi marcada, mas em contraste com Negrão, a expectativa é que o resultado seja bastante positivo.
Os deputados mais críticos estranham a ausência de Rui Rio no Parlamento e esperavam que o novo líder fosse reunir com a bancada.
“Reúne com António Costa, mas não com o grupo parlamentar.
Não fala com o partido e manda outro dizer que [os deputados críticos] se deviam demitir todos.
Não é normal”, desabafou um social-democrata, em referência ao desafio de Carlos Encarnação e Guilherme Silva, apoiantes do novo líder, feito esta segunda-feira no jornal i.
Ainda não deve ser esta quinta-feira que os deputados reúnem com o novo líder.
É que Rio alegou que a direcção ainda não está toda eleita.
“Deixe estabilizar”, disse aos jornalistas à saída de um almoço com Marcelo Rebelo de Sousa em Belém.
Questionado sobre situação na bancada parlamentar, o novo líder do PSD distinguiu entre os que querem e os que não querem colaborar.
“Os deputados são 89, à partida contamos com 89.
Aqueles que não quiserem colaborar assumem essa responsabilidade de não colaborar, vou trabalhar com todos aqueles que quiserem trabalhar”, afirmou Rui Rio.
Depois da eleição com Fernando Negrão com apenas 35 votos, a escolha de coordenadores e vice-coordenadores da bancada poderá ter uma votação positiva como forma de ainda fazer sobressair mais a posição de protesto contra a candidatura de Fernando Negrão e a restante equipa da direcção.
Aliás foi essa a razão que terá levado à separação em dois momentos das duas eleições.
É que, inicialmente, a ideia era que as duas listas - a de Fernando Negrão e vice-presidentes e a dos coordenadores e vice-coordenadores - fossem a votos ao mesmo tempo.
Aí teria ficado claro o contraste entre o resultado de Negrão e o da lista de coordenadores.
srodriguies@público.pt
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