YANIS VAROUFAKIS
Mariana Fernandes 20/8/2018, 13:00
Yanis Varoufakis, antigo ministro das Finanças grego, criticou o vídeo partilhado por Mário Centeno para assinalar o fim do resgate à Grécia.
"Parece propaganda norte-coreana", disse Varoufakis.
Vários líderes e chefes de Estado da União Europeia recorreram ao Twitter para assinalar o final do terceiro programa de assistência financeira solicitado pela Grécia, num dia que também marca o fim de oito anos de resgates na Europa.
António Costa, Álvaro Santos Pereira e Jean-Claude Juncker foram algumas das personalidades que assinalaram a data na rede social, para além de Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, que partilhou um vídeo (entre várias outras mensagens) onde congratula o povo grego pela “reconquista do controlo pelo qual lutou”.
O vídeo, que se prolonga durante mais de um minuto, sublinha que o “crescimento económico melhorou, estão a ser criados novos postos de trabalho, regista-se um excedente orçamental e comercial e a economia foi reformada e modernizada”.
Mas a declaração do ministro das Finanças não agradou a todos.
E o principal crítico é precisamente um grego, o antigo ministro das Finanças do Governo de Alexis Tsipras, Yanis Varoufakis.
No Twitter, Varoufakis escreveu que “a Comissão Europeia insulta a insuportável miséria da Grécia com um vídeo que tem a estética/imoralidade da máquina de propaganda da Coreia do Norte”.
Já depois do tweet de Varoufakis, Mário Centeno regressou à rede social para partilhar que telefonou ao atual ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, para o congratular pelo fim do resgate financeiro.
A Grécia concretiza esta segunda-feira a saída do seu terceiro programa de assistência, numa data histórica para o país e para a zona euro, que vira a página sobre oito anos de resgates.
O país europeu, o mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira — e o único “reincidente” –, e a conclusão do seu terceiro programa assinala também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu também Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.
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