quarta, 20 setembro 2017 22:23
Em causa a extensão dos mandatos das chefias da polícia e dos serviços secretos
Conhecidos generais angolanos consideram que a recente decisão do Presidente angolano José Eduardo dos Santos de prorrogar os mandatos das chefias da Polícia Nacional e dos serviços de inteligência, a poucos dias de deixar o cargo, visa criar um segundo poder no país e ofuscar a governação de João Lourenço.
Os generais na reserva, Manuel Paulo Mendes de Carvalho "Paka" e Silva Mateus, reagiam ao recente decreto de Santos que determinou o início, no passado dia 11, do mandato de quatro anos das várias chefias da polícia e da inteligência, já em funções, à excepção o do chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas.
O general Manuel Paulo Mandes de Carvalho "Paka" diz ver “muita maldade” na decisão presidencial.
Conhecido pelas suas críticas à governação de José Eduardo dos Santos, o general Paka admite que os temores que o Presidente tem sobre o seu futuro possam estar na origem da decisão.
“A governação do camarada José Eduardo dos Santos nestes últimos anos trouxe muita desgraça para o povo, com muito roubo à mistura”, sublinhou.
O também general do MPLA e responsável da Fundação 27 de Maio, Silva Mateus, é de opinião que a atitude de José Eduardo dos Santos visa esvaziar o poder do Presidente eleito.
Mateus também admite que o Presidente, em fim de mandato, queira procurar protecção junto do sector castrense ou retirar o poder a João Lourenço, enquanto comandante-em-chefe das Forças Armadas.
“Mesmo com João Lourenço, José Eduardo dos Santos não está seguro”, garante.
A decisão presidencial resultou da recente lei sobre os mandatos das chefias militares aprovada pela Assembleia Nacional ,com o voto contra da oposição.
(Voa)
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