Santos Pereira com Vítor Gaspar, dos ministro que sairam do Governo de Passos RUI GAUDÊNCIO
LUÍS VILLALOBOS - 13/12/2014 - 18:00
Obra do ex-ministro da Economia promete explicar "que interesses e lóbis teve de enfrentar" durante a sua passagem pelo executivo.
O anterior ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, vai lançar o seu próximo livro no dia 24 deste mês, uma segunda-feira.
Mais uma vez, o tema é Portugal, mas desta feita, Santos Pereira faz um balanço do seu mandato.
Com o título Reformar sem medo, um independente no Governo de Portugal - e onde as palavras "sem medo" surgem em tamanho garrafal, a cor de laranja -, a obra, segundo a editora responsável pelo livro, a Gradiva, promete explicar "o que fez Álvaro Santos Pereira e deixou para ser concluído", quais os "lóbis e interesses" que "teve de enfrentar" e, por fim, explicar "porque acabou por ter de sair" do cargo de Ministro da Economia.
Pela forma como a editora apresenta o livro, ainda em fase de revisão final, percebe-se este serve de balanço da sua passagem pelo Governo, e uma forma de divulgar para o público em geral a visão que do seu próprio exercício à frente de um dos maiores ministérios de sempre (hoje, a energia está no Ministério do Ambiente, e o emprego está com o ministério da Segurança Social).
Convidado por Pedro Passos Coelho a fazer parte do Governo de coligação PSD/CDS, Santos Pereira surge em 2011 como um independente de partidos políticos, mas com um discurso alinhado com as teorias do chefe do executivo.
A sua última obra, "Portugal na hora da verdade", saiu em Abril de 2011 (também publicada pela Gradiva), e ajudou não só a conduzir Santos Pereira para o Governo como também a conhecer o seu pensamento político.
Foi do seu ministério que saiu, por exemplo, o primeiro plano de reindustrialização e o "ataque" às chamadas "rendas excessivas" das empresas de energia, além de ter alterado o Código de Trabalho, incluindo a redução das indemnizações por despedimento.
Aliás, o primeiro secretário de Estado a sair do executivo foi Henrique Gomes, que deixou a área da energia e o ministério da Horta Seca em pleno confronto com as empresas energéticas.
Após vários rumores sobre uma eventual remodelação, Álvaro Santos Pereira acabou por ser substituído, em Julho de 2013, e quando a economia estava a dar sinais de retoma, por António Pires de Lima, um gestor de empresas ligado ao CDS.
Ao ir para o Governo, em Junho de 2011, Santos Pereira interrompeu a carreira de professor universitário no Canadá.
Após a sua saída, enveredou por um novo caminho: está em Paris como responsável do departamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que faz a ponte com os ministérios das Finanças e Economia dos países-membros.
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