O Economista Português
Um blog de Economia Política e de Política Económica
Postado em 29 de Outubro de 2014
Ontem nos Açores, o Sr. Primeiro Ministro «disse não ser possível ‘ter uma noção precisa’ sobre a falência do Banco Espírito Santo/Grupo Espírito Santo na economia portuguesa – referiu esperar que não haja ‘um racionamento do crédito’ devido à situação do grupo -, mas lá admitiu: “Bom não é…» (Diário de Noícias).
Estas declarações são contraditórias com as da Srª Ministra das Finanças. Com efeito, falando fez ontem oito dias em S. Bento, a a Drª Maria Luís Albuquerque declarou não esperar qualquer efeito do caso BES na economia portuguesa nem no orçamento português.
Infelizmente, há mais contradições ao mais alto nível. Segundo a imprensa de 6 de julho passado, o Dr. Passos Coelho afirmou que o caráter «tecnocrático e profissional» da nova administração do BES pós Ricardo Salgado poderá ajudar a distinguir o grupo Espírito Santo do banco com o mesmo nome, sendo «um fator de estabilização e confiança». Não haveria falência, correria tudo bem. Semanas depois, a 4 de agosto, ao anunciar a falência disfarçada do BES, o Dr. Passos Coelho salientou que não haveria dinheiro do contribuinte e sugeriu que a limpeza financeira só nos beneficiariaa todos: a solução adotada é a que «melhor defende os contribuintes» e foi recebida «favoravelmente» pelo mercado.
Basta cotejar as declarações de ontem e as do verão para verificarmos que o Sr. Primeiro Ministro padece de um problema de credibilidade no campo financeiro. Como não devemos supor que o Dr. Passos Coelho é o perito financeiro do Sr. Primeiro Ministro, seria possível sugerir ao Sr. Primeiro Ministro que obtivesse melhores peritos financeiros ou, quando menos, um melhor desempenho dos seus atuais peritos?
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