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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Programa cautelar: Merkel vela por nós

«Faz-te mal pagares juros tão elevados», ralha a Madrinha ao moço atento, venerador e obrigado

Ontem o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Sr. Klaus Regling, disse ao Parlamento Europeu, na audição sobre as troikas, que os países sob programa estarão «em muito boa posição» dentro de cinco a oito anos, se completarem as reformas. A afirmação é pura propaganda, pois não foi acompanhada de números, não foi esclarecido o que será esse Nirvana e ninguém sabe onde parará o Sr. Regling daqui a oito anos, pelo que a promessa é incobrável.

Mas revela um renascer do interesse alemão por Portugal. Já segunda-feira passada tínhamos tido um comportamento suscetível de ser examinado à luz deste interesse; nesse dia, rodeando-se embora de uma retórica prudencial, o Dr. Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, declarou sem margem para dúvidas, que o mais «seguro» para Portugal, findo o programa da troika, seria um programa cautelar.

Qual a urgência da declaração de Barroso?

Berlim vela por nós: convinha-lhe influenciar os mercados para baixarem o juro da dívida portuguesa e do mesmo passo anunciar que o Dr. Passos Coelho não terão pulso livre para continuar a contrair empréstimos a um juro insustentável. Porque a Alemanha sabe que uma crise portuguesa originará nova crise do Euro e aprendeu a evitar crises dessas. É hoje claro que o programa cautelar será um acordo para restringir o crédito e o crescimento económico em Portugal, mantendo-nos de joelhos a pagarmos a dívida, sob o pretexto da segurança. Veremos se os fatos corroboram esta interpretação.

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