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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Caso BES: O Sr. Primeiro Ministro continua a contradizer-se

O Economista Português
Um blog de Economia Política e de Política Económica
Postado em 29 de Outubro de 2014

Ontem nos Açores, o Sr. Primeiro Ministro «disse não ser possível ‘ter uma noção precisa’ sobre a falência do Banco Espírito Santo/Grupo Espírito Santo na economia portuguesa – referiu esperar que não haja ‘um racionamento do crédito’ devido à situação do grupo -, mas lá admitiu: “Bom não é…» (Diário de Noícias).

Estas declarações são contraditórias com as da Srª Ministra das Finanças. Com efeito, falando fez ontem oito dias em S. Bento, a a Drª Maria Luís Albuquerque declarou não esperar qualquer efeito do caso BES na economia portuguesa nem no orçamento português.

Infelizmente, há mais contradições ao mais alto nível. Segundo a imprensa de 6 de julho passado, o Dr. Passos Coelho afirmou que o caráter «tecnocrático e profissional» da nova administração do BES pós Ricardo Salgado poderá ajudar a distinguir o grupo Espírito Santo do banco com o mesmo nome, sendo «um fator de estabilização e confiança». Não haveria falência, correria tudo bem. Semanas depois, a 4 de agosto, ao anunciar a falência disfarçada do BES, o Dr. Passos Coelho salientou que não haveria dinheiro do contribuinte e sugeriu que a limpeza financeira só nos beneficiariaa todos: a solução adotada é a que «melhor defende os contribuintes» e foi recebida «favoravelmente» pelo mercado.


Basta cotejar as declarações de ontem e as do verão para verificarmos que o Sr. Primeiro Ministro padece de um problema de credibilidade no campo financeiro. Como não devemos supor que o Dr. Passos Coelho é o perito financeiro do Sr. Primeiro Ministro, seria possível sugerir ao Sr. Primeiro Ministro que obtivesse melhores peritos financeiros ou, quando menos, um melhor desempenho dos seus atuais peritos?

O BCE Revela: a Banca Alemã está tão mal como a portuguesa

O Economista Português 
Um blogue de Economia Política e de Política Económica
Postado em 29 de Outubro de 2014  -  por Luís Salgado de Matos  - às 5:29 am  
Fonte: Daily Telegraph, a Partir do BCE 

Os Meios de Comunicação Social têm badalado uma mezinha dos «testes de estresse» dos Bancos Europeus aos quais pela primeira vez se associou o Banco Central Europeu (BCE). 
A Itália e Portugal estão entre os países mais castigados por esses testes. 
Esses testes medem a capacidade de resistência da banca a uma queda da atividade económica. Contudo,  ao mesmo tempo que publicava esses testes, o BCE deu à luz um estudo em que analisa a capacidade financeira dos consumidores europeus; prevê diversas situações de quebra da economia das famílias. 
Esta quebra tem sobre os bancos efeitos paralelos à quebra da atividade económica nos testes de stress; está bem de ver que se as famílias deixam de pagar aos bancos, estes só sobreviverão se os seus donos os subsidiarem, o que é inverosimil. 
O resultado é obtido a partir de dados da contabilidade nacional e não por supostas inspeções bancários e por isso é mais objetivo: os bancos alemães são tão frágeis como os portugueses.

Voltemos aos testes de stress do BCE. São politizados. «O BCE está fortemente comprometido» e foi «capturado» pela banca, afirma Philippe Legrain, um antigo economista da Comissão europeia: por isso, os bancos sacrificados situam-se em «países menos poderosos politicamente».

Os testes de stress do BCE merecem pouca credibilidade. Andrea Filtri, da Mediobanca italiana, assinala no Telegraph que o cenário adverso para a Itália foi uma queda de 11,6 % em relação aos valores de 2007 mas para a França a queda foi apenas de 0,8%, sem que o BCE tivesse dada explicação razoável para a discriminação. 
A França saíu-se bem no teste, a Itália saíu-se mal.  
As Sparkassen alemãs, cujos balanços parecem ser sinistros, nem sequer foram analisadas. 

O gráfico seguinte mostra que os grandes bancos da Eurozona são mais atingidos pelos maus empréstimos do que os dos resto do mundo, e que o mal tem vindo a agravar-se, mas o BCE continua a branqueá-los. 
Quando são de países poderosos e beneficiam de governos que os defendam, claro. Por causa de gráficos destes, ninguém sério acredita nos testes de stress do BCE e as bolsas de ações caíram.  

Fonte: Daily Telegraph

O cenário mais adverso do BCE prevê que a inflação tombasse um ponto percentual mas mas na realidade, se descontarmos os efeitos fiscais, ela já caíu para 0,3%, afirma o Daily Telegraph. 
No Japão, foi a deflação que reduziu o número de grandes bancos de vinte em 1990 para três no ano corrente. 
Por certo para dar uma nota de boa disposição, o diário britânico cita um conhecido fantasista financeiro: «“The scenario of deflation is not there, because indeed we don’t consider that deflation is going to happen,” said the ECB’s vice-president, Vitor Constancio». Bravo Dr. Constâncio! Que saudade!!! 
Sempre a defender o que não convém a Portugal e sempre afastado da realidade macro económica.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Governo não sabe quantificar o impacto da insolvência do BES na Economia

Lusa - 15:57
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o Governo não sabe quantificar o impacto da insolvência do Grupo Espírito Santo (GES) na economia portuguesa, mas acrescentou que "bom não é".

O primeiro-ministro fez esta afirmação a propósito da primeira missão da 'troika' - Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional - em Portugal após a conclusão do programa de resgate, que referiu não ser para nenhuma "avaliação", mas sim para "uma monitorização" da situação económica e financeira do país por parte dos seus credores.

"A situação de insolvência em que caiu o Grupo Espírito Santo, e o impacto que isso terá, com certeza, em termos microeconómicos, seria tudo menos desejado por alguém em Portugal, e com certeza que isso tem consequências negativas, que nós não sabemos quantificar. É muito difícil ter uma perspectiva precisa de qual será o impacto que isso vai ter na nossa economia, mas bom não é", declarou Passos Coelho aos jornalistas, na Madalena do Pico, nos Açores, onde se encontra em visita oficial.

Antes, o primeiro-ministro voltou a defender que "a resolução do Banco Espírito Santo" - frisando que "não foi falência, foi resolução" - constituiu "a solução que mais protegeu os contribuintes portugueses" e "que permitirá assegurar melhor a estabilidade do sistema financeiro em Portugal".


Ainda relativamente à missão da 'troika' em Portugal, o chefe do executivo PSD/CDS-PP considerou: "O que até hoje tem acontecido é, do ponto de vista geral, um reconhecimento de que Portugal foi bem-sucedido na conclusão do programa [de resgate] e tem, evidentemente, um caminho ainda longo para fazer de recuperação de declínio da dívida pública e de dinamização do potencial de crescimento da economia - mas nós estamos a fazer esse caminho".