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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

POLÉMICAS EM DIA DE LIBERDADE

12 de Janeiro de 2015
Texto: PEDRO CORDEIRO

POLÉMICAS EM DIA DE LIBERDADE

Da ausência de Obama à publicação do vídeo com o assassínio do polícia Ahmed Merabet.

1. Obama devia ter ido?
Entre as dezenas de líderes mundiais que marcharam ontem em Paris, a ausência do Presidente dos Estados Unidos fez-se notar.
O país foi representado pela sua embaixadora em França, mas vários jornais americanos questionaram se o próprio Barack Obama não deveria ter ido ou, em alternativa, o vice-presidente Joe Biden, o secretário de Estado John Kerry ou o procurador-geral Eric Holder, que estava em Paris.
As vozes críticas vão de políticos da oposição, como o republicano Newt Gingrich, a comentadores como Fareed Zakaria, da CNN.

2. Quem tem cara para defender a liberdade de expressão?
A organização Repórteres sem Fronteiras criticou a presença,na marcha de Paris de dirigentes cujos governos pouco fzem pela liberdade de expressão, quando não a atacam abertamente.
Egipto, Turquia, Rússia, Argélia e Emirados Árabes Unidos ocupam, respectivamente, o 159.º, 154.º, 148.ª, 121.º e 118.º lugares da classificação de liberdade de imprensa elaborada pela organização.

3. Natanyahu e Abbas mal-vindos?
Ajguns jornais israelitas, hoje, que o Governo francês teria preferido que o primeiro-ministro do Estado hebraico e o presidente da Autoridade Palestiniana não tivessem ido a Paris, para que o conflito israelo-palestiniano não desviasse atenções do motivo da marcha.
Benjamin Netanyahu e Mahmud Abbas estiveram mais perto, no domingo, do que em qualquer momento dos últimos três anos.
O gabinete do presidente francês, Francois Hollande, terá mesmo contactado o gabinete de Natanyahu.
Este terá começado por aceitar o pedido, mas mudou de ideias.

4. Verdade ou insensibilidade?
Umas das primeiras imagens da carnificina do dia 7 foi o vídeo em que se vê um dos irmãos Kouachi executar a sangue frio o polícia Ahmed Merabet, que jaz ferido na rua, perto da sede do "Charlie Hebdo".
Inicialmente colocado no Facebook em bruto, mais tarde foi retirado e vários órgãos de comunicação reproduziram-no cortado, com uma parte esfumada.
O filme foi captado por um engenheiro que vive na rua onde o assassínio ocorreu e que pede desculpa, agora, por tê-lo divulgado.
"Fiquei completamente em pânico", explicou à Agência Associated Press, lamentando o que diz ter sido "um reflexo estúpido" .
"Precisava de falar com alguém.
Estava sózinho no meu apartamento e pus o vídeo no Facebook.
Foi um erro", admite.
Retirou-o passado um quarto de hora, mas já se tinha tornado viral.
Um fotograma do filme foi publicado na capa da revista francesa "Le Point", na edição especial sobre atentados.
Nele, vê-se o momento em que Merabet é abatido à queima-roupa.
O primeiro-ministro Manuel Valls, exprimiu "repúdio" pela capa, que suscitou debates animados nas redes sociais.
O director da revista, Etienne Gernelle, diz querido mostrar "a violência, a barbárie, e a cobardia dos terroristas".
E defende-se: "Não podemos ocultar a realidade só porque é insuportável".

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