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sábado, 24 de janeiro de 2015

Com legislativas à porta, partidos em Portugal estão atentos à Grécia

Marta Moitinho Oliveira  
marta.oliveira@economico.pt
24 de Janeiro de 2015
Partidos A vitória de um partido anti-austeridade pode dar força à esquerda. 
PS destaca moderação no Syriza.

O resultado das eleições gregas é aguardado com expectativa em Portugal, principalmente entre os partidos da esquerda, como o PS. 
As sondagens indicam que o Syriza, o partido de esquerda liderado por Alexis Tsipras, vai vencer as legislativas de domingo. 
A dúvida é se o consegue com uma maioria absoluta ou se é forçado a fazer cedências nas suas políticas para conseguir governar.

Com legislativas marcadas também para este ano em Portugal, uma vitória de um partido anti-austeridade pode ser vista como o tiro de partida para uma mudança noutros países (em Espanha, por exemplo, também há legislativas este ano e a esquerda do Podemos ganha força nas sondagens).

O partido liderado por António Costa não quer antecipar resultados, mas o líder socialista já disse que as eleições na Grécia serão um “teste” aos mercados, ao povo grego, ao próprio Syriza e à União Europeia.

Se, na entrevista que deu sábado à noite à SIC Notícias, Costa não quis fazer uma leitura nacional dos resultados na Grécia, ontem em reacção à decisão do BCE - que aprovou um programa de compra de dívida, tal como o PS defende - o líder socialista elogiou a “viragem”, que classificou como um passo “importante” ao qual falta agora acrescentar “mudanças nos governos nacionais”, incluindo em Portugal


Para já, o líder do PS faz uma análise positiva do comportamento do partido de Tsipras.
“O Syriza já veio dizer que não pretende sair nem da União Europeia nem do euro. 
E veio, aliás, tomar posições interessantes e novas relativamente àquilo que é a descrição algo caricatural que era feita à posição que tinha sobre a dívida”, afirmou o líder do PS na mesma entrevista.

Francisco Assis, eurodeputado socialista também acredita na moderação do Syriza.
“O Syriza não vai poder aplicar o seu programa, porque algumas propostas são impraticáveis na zona euro”, disse o eurodeputado no programa Europa a 28, que será hoje transmitido no ETV. 
Ou seja, o impacto da vitória de um partido anti-austeridade em Portugal vai depender “do comportamento” do Syriza no pós-eleições. 
Uma opinião que é partilhada pelo eurodeputado da maioria. 
No mesmo programa do canal de televisão do Diário Económico, Paulo Rangel afirmou que uma vitória do Syriza “seria muito mau” porque poderia levar a Grécia a “um isolamento”.
Contudo, manifestou esperança que o partido de esquerda, se ganhar, opte pela “moderação” e tente “compromissos”.

Entre a coligação governamental, a preocupação central está na incerteza que pode resultar de uma vitória de Tsipras.
PSD e CDS receiam que se abra “um período de forte instabilidade na zona euro”, que “pode ter impacto nos países do sul”, os mais afectados pela austeridade, confessa um membro da coligação ao Diário Económico.

Dentro do Governo, acredita-se que a subida de Tsipras ao poder não terá grande impacto nas regras europeias, até porque a Alemanha vai querer continuar a distinguir quem cumpre de quem não cumpre.
“Não creio que a União Europeia vá alterar as regras de forma significativa com a eleição do Syriza”, disse fonte do executivo ao Diário Económico.
C.D., I.D.B. e B.F.L.

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