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domingo, 29 de março de 2015

Jardim em gestão dá aval de crédito de 10 milhões ao Marítimo

Alberto João Jardim continua a marcar o ritmo da Madeira
LÍLIA BERNARDES 20/03/2015 - 20:03
Apesar de estar em gestão, o governo regional da Madeira aprovou um apoio para remodelar o Estádio dos Barreiros. 
No terreno eleitoral, as principais forças políticas partilham ideias comuns para resolver problemas sociais.

Nas vésperas de deixar o governo da Madeira, o actual executivo em modo de gestão, liderado por Alberto João Jardim, decidiu conceder o aval da região ao Club Sport Marítimo (CSM), garantindo, assim, uma operação de crédito a contrair junto do BANIF, sob a forma de um Contrato de Abertura de Crédito, até ao montante de 10 milhões de euros e pelo prazo de até 4 anos e 9 meses, com a finalidade de financiar a remodelação do Estádio dos Barreiros.

A taxa do aval foi fixada em 0,5% ao ano. 
A decisão foi ontem publicada no JORAM, Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira, com data do conselho do governo de 8 de Janeiro. 
Justificação? 
“A melhoria da rede de infraestruturas desportivas de qualidade constitui um pilar de desenvolvimento, conforme consta do documento de orientação estratégica regional para o período 2007-2020, denominado de Compromisso Madeira 2020”, alega o despacho.

No terreno da campanha eleitoral, com Jardim fora da corrida, os partidos vão tentado passar a sua mensagem indiferentes à actual gestão. 
Há apenas algumas referências ao passado, com a Coligação Mudança, encabeçada pelo PS, a reforçar a ideia de “consolidação da democracia” em termos políticos; o CDS a referir-se a um “problema de cidadania que profilerou nos últimos anos”, fruto da “arrogância do poder”, e o líder do PSD, Miguel Albuquerque, a apresentar-se como “um cidadão livre, militante de um partido democrático, liberto de quaisquer condicionalismos, com a garantia de renovação, sem sectarismos” passando a mensagem que “esse tempo acabou”.

E seguem para bingo, agora debaixo de guarda-chuvas, a distribuir esferográficas, panfletos e mensagens. 
Há um diagnóstico comum aos partidos que concorrem às eleições legislativas na Madeira: "A situação económica da região é grave, devido ao excesso de endividamento público e privado. 
E até as soluções são semelhantes, sobretudo entre os principais partidos.

Se formos pelo número de páginas dos programas eleitorais, ganha o CDS que ultrapassa as 160. 
O PSD editou uma brochura A5 condensada com 50 páginas e a Coligação Mudança (PS, PTP, MPT e PAN) um dossier de 150, apresentado ontem em powerpoint pelo número 2 da lista, o socialista Carlos Pereira. 
O PCTP/MRPP também lançou um “programa de emergência” com 12 pontos, tal como a maioria dos partidos mais pequenos que sabem que não têm hipótese de formar governo, caso da Plataforma de Cidadãos (sob a tecto do PPM/PDA), BE, PNR, MAS, JPP e CDU. Todos abordam os mesmo problemas com soluções muito parecidas, sobretudo no que se refere à necessidade de renegociar a dívida da Madeira, a questão das ligações marítimas e aéreas, a economia do mar, privatizações e autonomia.

Na apresentação, esta sexta-feira, do programa da Coligação Mudança sobressaiu a agenda social que aponta para “uma verdadeira política social de inclusão e de combate à pobreza”, com instrumentos que passam por uma avaliação da situação, uma política centrada na família, uma reestruturação do centro regional de segurança social, pela constituição de um conselho económico e social, apoio aos idosos e desempregados, acréscimo do salário mínimo, apoio à natalidade, cooperação das IPSS/Igreja e Misericórdias.

Propostas que não divergem muito das do PSD, que preconiza a “justiça social e distributiva” como matriz do partido, garantindo que “o diagnóstico está feito”, daí apostar na “prevenção, resolução e acompanhamento” sobretudo dos grupos mais vulneráveis, reforçando o trabalho de parceria com as IPSS e desenvolvendo novos acordos de cooperação com as autarquias.

Mais liberal, o CDS diz, por seu turno, que não cabe ao sector público o exclusivo destas matérias, pelo que é necessário “estimular parcerias com os sectores privados e sociais, por exemplo com as IPSS” promovendo, ainda, uma “efectiva justiça social através de políticas públicas, da via fiscal e das prestações sociais”.

Se as propostas se repetem, que dizer das bandeiras de campanha que já pouca diferença fazem? 
Enquanto o PSD mantém a cor laranja, a confusão de azuis, uns mais claros do que outros, formam uma moldura estranha. 
A Coligação Mudança (PS, PTP, PAN e MPT), o CDS e a CDU (PCP/PEV) distribuem entre si as várias tonalidades dessa onda azulada, confundindo quem é quem, o que complica, ainda mais, a apatia e a indecisão.

“Eu sempre votei PS, mas com esta coligação com o José Manuel Coelho (PTP), nem pensem. 
Vou votar noutro qualquer que possa tirar a maioria ao PSD”, disse ao PÚBLICO uma vendedora de jornais. 
Ainda se continua a esconder o nome. 
“Não quero aparecer”. 
A sociedade civil não se libertou das amarras do passado.

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