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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Todos somos Mbanza Congo

CULTURA DESTAQUE
Redacção F8
4 de janeiro de 2018

O Governo angolano quer utilizar a cidade de Mbanza Congo, classificada desde 2017 como património da Humanidade, em beneficio das populações da região, avançando nomeadamente com uma disciplina universitária específica, disse hoje a ministra da Cultura.

A ministra Carolina Cerqueira falava hoje, em Luanda, numa cerimónia oficial, tendo garantido que a realização do festival FestiCongo, sobre a cultura dos povos do antigo Reino do Congo, consta do vasto programa de valorização daquela cidade, capital da província do Zaire, e um dos desafios do sector da Cultura em 2018.

“Vamos ter o FestiCongo em Mbanza Congo, todos nós somos Mbanza Congo e cada um deve sentir que a expansão, valorização e sua internacionalização é uma tarefa de todos nós”, apontou.

Ao fazer o balanço cultural de 2017 e de apresentação de perspectivas e desafios para 2018, a ministra explicou que, no quadro da valorização da cidade de Mbanza Congo, haverá lugar à inserção de uma disciplina universitária sobre o Reino do Congo, cujo património foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

“Vamos encontrar uma forma de trabalhar com a UNESCO, para encontramos uma forma de termos uma cadeira na Universidade Agostinho Neto [Luanda] sobre o Reino do Congo. E temos já garantias da UNESCO para encontrarmos monitores para este propósito”, sublinhou.

A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou a 8 de Julho de 2017 o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de Angola, como património mundial.

A secular cidade angolana de Mbanza Congo foi candidatada pelo Governo angolano a Património Cultural da UNESCO, sendo a primeira validada no país por aquele organismo da ONU.

O projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”, que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007.

A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.

A área classificada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. 
Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Segundo Carolina Cerqueira, a valorização e dignificação das figuras históricas será outra prioridade do Ministério da Cultura, defendendo por isso trabalho conjunto com o Ministério da Educação para a “inserção dos nomes dos reis, rainhas e de combatentes angolanos nos manuais escolares”.

Carolina Cerqueira apontou a necessidade de trabalhar para que as línguas nacionais tenham o papel relevante ao nível da Cultura angolana: “tive já a ocasião de anunciar o Prémio Nacional das Línguas Nacionais que começará a ser tratado já este ano”.

“Vamos também fazer o resgate dos vários instrumentos musicais de todo o país”, observou.

No capítulo da protecção dos artistas e profissionais de Cultura, a governante entende que a classe artística nacional “deve estar unida”, garantindo que a defesa será feita através de uma carteira profissional e de um fundo.

“E temos de deixar de pensar que o Ministério da Cultura que tem de resolver esses problemas. 
O Ministério da Cultura serve de elo e instrumento que vai sensibilizar para chamar a atenção de outras instituições para a necessidade que há de valorizar os homens e mulheres da Cultura”, sustentou.

Folha 8 com Lusa

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