Powered By Blogger

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A mudança, é agora!

AO24  OPINIÃO  terça, 10 outubro 2017 20:33

Na política, as palavras têm significado. "Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal" O slogan usado pelo vencedor das eleições de 23 de agosto de 2017 durante sua campanha é muito cativante e prometedor em termos de estratégia discursiva. Despertou a curiosidade dos especialistas em particular na comunicação política e, ao mesmo tempo, a vigilância dos angolanos nos próximos cinco anos.

Por Pody MINGIEDI, Politólogo - Genebra, Suíça

É responsabilidade dos novos governantes do país não decepcionar. 
Claro, o MPLA ainda está no poder. 
Para marcar a diferença com o passado, seria necessário avançar rapidamente para as mudanças notórias. 
Um diagnóstico é necessário para ter um inventário melhor.

É com base nesta avaliação que o novo governo tentará tomar medidas adequadas. 
Não é suficiente alterar o produto como foi apresentado até a data da eleição. 
A mudança de conteúdo e embalagem é crucial.

Como ilustração, vale lembrar o que aconteceu em Benin em 1991. 
Após vários anos de gestão do país sem compartilhar, o presidente Mathieu Kérékou organizou eleições livres em seu país. ele foi vencido por seu oponente, Nicéphore Soglo, ex-Alto Funcionário do Banco Mundial, levantando a esperança de todo um povo. 
Após um período de cinco anos, ele foi vencido pelo mesmo Kérékou.

A moral da história é que os anos passam tão rapidamente que Soglo não teve tempo de cumprir suas promessas feitas durante sua campanha eleitoral.

O mesmo cenário pode acontecer em 2022 se o novo governo passar por erros. 
Para evitar uma possível implosão do partido ao poder a longo prazo, uma nova era deve ser aberta privilegiando a competência à custa de considerações partidárias. 
O país estando em reconstrução após várias décadas de conflito armado, seria ilusório argumentar que o monopólio da gestão por um partido político pode ajudar a reparar os danos do passado nos próximos cinco anos.

O fardo é tão pesado que requer muitos braços para carregá-lo. 
A renovação da classe política e a abertura à sociedade civil estão entre outros os elementos que merecem contribuir para a reflexão na tomada das decisões dos líderes recém-eleitos. 
Para que a luta contra a corrupção seja credível e eficaz, seria crucial configurar rapidamente uma estrutura independente que tivesse o poder amplo de denunciar e sancionar os corruptos e corruptores.

A apropriação indevida de fundos públicos e o problema dos recursos mal adquiridos serão objeto de condenações inequívocas, independentemente das identidades dos autores.

O encorajamento das denúncias espontâneas deve ser fortemente apoiado por uma lei proposta e votada pelo parlamento. 
É verdade que a transição política em Angola tem sido um sucesso e deve servir de referência para outros países do continente africano. 
Seria decepcionante se não fosse seguido pelos resultados em termos de mudanças neste caso,à maneira de governar.

Sem comentários:

Enviar um comentário