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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

45 meses de guerra e a população inteira de Portugal sem casa

HISTÓRIA: Há quatro anos estas pessoas tinham uma 'vida normal' neste bairro de Damasco. Nada resta dese tempo. Nem a memória.
Texto: MANUELA GOUCHA SOARES
29 de Dezembro de 2014
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados está a recolher findos para tentar dar um inverno menos gelado aos refugiados sírios. Desde que a guerra começou em Março de 2011 metade dos sírios foram obrigados a abandonar as suas casas

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, liderado por António Guterres (ACNUR), diz que a guerra civil na Síria é responsável pela "maior emergência humanitária da nossa era".
Muitos dos "três milhões de refugiados" que saíram do país, enfrentam agora "um inverno amargo" que só poderá ser atenuado com o contributo dos doadores.

Os dados mais recentes estimam que 10,8 milhões de pessoas [o equivalente a toda a população de Portugal] "foram afectados pelo conflito e que necessitam de assistência humanitária, incluindo 6,5 milhões de deslocados internos".

A organização dirigida poe Guterres alerta ainda para a necessidade de se encontrar uma solução política para o conflito, caso contrário o número de pessoas afectadas vai aumentar em 2015. 
Dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) revelam que mais de 200 mil pessoas, incluindo cerca de 63 mil civís, foram mortas desde o início da guerra civil em março de 2011.
CAMPO REFUGIADOS SÍRIO: Este menino sírio mostra um helicóptero que recebeu de uma ONG no meio das tendas do campo onde sobrevive no Líbano

Quarenta e cinco meses depois, o regime de Assad diz estar disponível para participar num encontro com a oposição síria em Moscovo para tentar encontrar uma solução para a guerra civíl.
"A Síria está pronta para participar num encontro preliminar e consultivo em Moscovo para responder às aspirações dos sírios, que estão a tentar encontrar uma solução para a crise", indicou um comunicado do Ministrério dos Negócios Estrangeiros sírio, citado pela agência oficial Sana.

Na última quinta-feira, a diplomacia russa afirmou que Moscovo, uma aliado tradicional do regima sírio liderado por Bashar al-Assad, conta receberno próximo dia 20 de janeiro uma reuniãoda oposição síria, internae externa.
Em função do resultado desteencontro, os representantesdo Governo sírio serão convidados a deslocarem-se a Moscovo para "trocar pontos de vista" com os opositores e para um "diálogo entre as duas fações do conflito" sírio.

TURQUIA ESPERAVA 100 MIL REFUGIADOS. RECEBEU DOIS MILHÕES E ESGOTOU A CAPACIDADE DE ASSISTÊNCIA HUMANITÁRIA

O chefe da Coordenação Geral de Refugiados Sírios da Turquia, Veysel Dalmaz, disse à agência Lusa que neste momento já há mais de dois milhões de refudiados sírios na Turquia e que aquele país já esgotou a capacidade de assistência humanitária.

"A nossa política é de fronteira aberta, não recusamos ninguém que venha da Síria, não fazemos discriminação de qual lado estão.
Aceitamos a entrada deles, sempre que possível para acolhê-los", afirmou Dalmaz.

A Turquia tem 22 campos de refugiados, com estruturas para acolher 220 mil sírios espalhados.
Um novo campo com capacidade para 20 mil pessoas está a ser construído para acolher pessoas que vivem "em campos alternativos como do Partido Democrático do Povo (HDP), uma representação legal dos curdos dentro do Parlamento em Ankara", refere a Lusa.
O governo de Anlkara tem permitido a existência destes campos alternativos que acolhem curdos oriundos da Síria, por não ter capacidade de acolher todos estes refugiados.

Muitos destes refugiados são oriundos do Kobane, e fugiram em massa quando o Estado Islâmico avançou sobre esta pequena cidade do norte da Síria.
Só de Kobane chegaram 200 mil pessoas.
No dia que as bombas estavam a cair sobre a população, tivemos que abrir rapidamente os portões da fronteira.
Definimos áreas de espera para as milhares de pessoas", explicou Dalmaz à jornaliosta da Lusa, Fabíola Ortiz, lembrando que "não há um país que tenha conseguido absorver tanta gente em tão pouco tempo.
A Turquia está a realizar uma operação humanitária em grande escala".

Apesar dos esforços, neste momento, 1,5 milhões de sírios vivem em aldeias e cidades de toda a Turquia.
Os sírios que entram na Turquia devido ao conflito armado não são considerados refugiados e, por isso, não têm o mesmo estatuto legal de um cidadão turco.
Quando passam a fronteira, recebem um visto temporário que não os autoriza a procurar um emprego legal.
"Damos um visto de acomodação temporário pois pensamos que aundo a guerra acabar, esles voltarão para o seu país.
No início imaginávamos receber cerca de 100 mil", mas esse número já ultrapassou os dois milhões".
Quarenta e cinco meses após o início da guerra sobreviver é um desafio cada vez mais difícil para os sírios.
Dentro e fora do país.

CAMPANHA DE RECOLHA DE FUNDOS DO ACNUR
(http://donate.unhcr.org/international/syria#_ga=1.54250415.626140582.1419677323)

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