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sábado, 28 de dezembro de 2013

RESULTADOS DOS BANCOS ESTÃO A BATER NO FUNDO

RESULTADOS DOS BANCOS ESTÃO A BATER NO FUNDO
A crise de dívida abalou os maiores bancos nacionais. As valorizações em Bolsa em 2013 são um sinal de confiança quanto ao futuro

As ações do BCP dispararam esta semana para o máximo em dois anos. Desde Janeiro, as ações do maior banco privado português acumulam uma valorização supe­rior a 100%, chegando a ultrapas­sar os 15 cêntimos por ação. Num ano de prejuízos para o BCP, esta é uma bua notícia. É um indica­dor de que os investidores acredi­tam que o pior já passou para a instituição.
Esta subida é em parte explica­da por operadores de Bolsa e analistas com a expectativa de re­gresso do banco aos lucros em 2014. As ações do BCP foram as mais castigadas peia crise finan­ceira e de dívida e têm vindo a recuperar terreno
Dos três maiores bancos cota­dos, só o BPI obteve lucros entre Janeiro e Setembro deste ano. Tanto o BES como o BCP registaram prejuízos. Um cenário que se deverá alargar ao conjun­to do ano de 2013. Mas no próxi­mo ano, os três bancos já deverão conseguir apresentar resul­tados positivos, segundo estimativas de analistas. O próprio BCP admite que o banco prevê voltar a ter um resultado líquido positivo a partir do segundo se­mestre de 2014.
A previsão positiva para os re­sultados do sector da banca em Portugal prende-se com o cresci­mento estimado da economia portuguesa e com o desenvolvi­mento dos negócios que tem no exterior.

Melhores dias em 2014
Os resultados dos bancos portugueses têm sido pressionados nos últimos anos por imparidades e provisões para fazer face à desvalorização de activos e in­cumprimento de crédito.
Entre Janeiro e Setembro deste ano o prejuízo do BCP atingiu os €597 milhões devido a uma me­nor margem financeira e imparidades relativas ao malparado em Portugal e na Grécia. No en­tanto, a atividade doméstica apresentou sinais positivos de recuperação, segundo analistas,
O BES teve prejuízos de €381 milhões nos primeiros nove me­ses deste ano, contra €90,4 mi­lhões de lucros em igual perío­do de 2012.
Quanto ao BPI, fechou o mês de Setembro com um lucro liqui­do de €72.7 milhões, uma desci­da de 38% face ao mesmo perío­do do ano anterior.


As acções do BCP subiram mais de 100% em Bolsa este ano. O BPI valorizou 25% e o BES subiu 13,3% desde Janeiro

46 707 (7h30-24H)
As estimativas para os resultados destes bancos em 2014 são mais positivas. E a partir de 2015 os analistas já antecipam lucros ao nível dos registados nos anos que antecederam a cri­se de dívida soberana na zona curo. Um dos fatores que deverão contribuir para a melhoria de resultados a prazo sem o corte de custos que estas entidades têm estado a fazer.
No caso do BCP, tem em curso uma reestruturação até 2017, visando diminuir o endividamen­to, aumentar a rendibilidade e eficiência. Este processo inclui o fecho de balcões e o despedi­mento de funcionários. A meta do banco é cortar 25% nos cus­tos com pessoal em 2015, em comparação com 2012. 0 BCP foi um dos bancos que recorre­ram aos instrumentos híbridos subscritos pelo Estado — os cha­mados ‘CoCos’ - e espera começar a amortizá-los no próximo ano com o pagamento de €400 milhões dos €3 mil milhões que usou da linha pública do resgate a Portugal para a recapitalização da banca.
Se o BCP não conseguir reem­bolsar €2,3% mil milhões dos ‘Co­Cos’ até ao final de 2016, terá de vender a participação da opera­ção na Polónia.
De resto, as últimas semanas trouxeram notícias positivas pa­ra a banca portuguesa. As previ­sões do Banco de Portugal (BdP) para a economia portuguesa, que apontam para um crescimento de 0,8% em 2014 e 1.3% em 2015, foram bem recebidas pelos investidores.
E dados do BdP indicaram que a cedência de liquidez do Banco Centrai Europeu (BCE) à banca portuguesa desceu em Novembro 3,2% para €48,913 milhões. Esta foi a segunda descida men­sal consecutiva, indicando uma menor dependência do BCE por parte dos bancos portugueses em matéria de liquidez.
Os mercados têm estado fe­chados para os bancos portu­gueses desde o agravamento da crise financeira, em meados de 2010, o que levou a que ficas­sem dependentes do financia mento do BCE.

Ações ainda em queda
No entanto, em Novembro, o BES conseguiu emitir €750 milhões de obrigações subordina­das. E o facto de Portugal que­rer voltar às emissões de Obriga­ções do Tesouro no início de 2014 traz confiança e uma me­lhor perspectiva para a situação futura da banca nacional. Isto depois do país ter feito uma ope­ração de troca de dívida de €6.6 mil milhões.

Apesar das perspectivas mais positivas, a realidade para as ações dos maiores bancos cota­dos ainda é de uma forte desvalorização no acumulado dos últi­mos cinco anos. O BCP soma perdas de 90%, segundo dados da Thomson Reuters. Os títulos do BPI recuam 74% e os do BES 32%. Estas descidas são superio­res às perdas de 57% da média do sector na Europa, desde o iní­cio de 2008. E.T.

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